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segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Entrevista com Catarina Couto... conduzida pelo Prof. Fernando Gouveia

Entrevista com…
Catarina Couto


Introdução - Catarina Couto, atleta sénior do Clube de Albergaria, mas também Arbitro Oficial de Badminton, tem 20 anos, natural de Ermesinde e residente em Santa Maria da Feira é estudante, na Universidade Fernando Pessoa em Medicina Dentária, no Porto.

Fernando Gouveia - Porque escolheu o Badminton, como modalidade preferida e como foi o início de sua carreira e porque escolheu ser Árbitro de Badminton?
Catarina Couto - Iniciei o Badminton, no 5º ano no Desporto Escolar, em Lisboa. Desde aí que considero o Badminton, uma modalidade cativante. Após isso, mudei várias vezes de escola, mas tentei sempre continuar ligada à modalidade através do Desporto Escolar. Já no secundário conheci algumas pessoas federadas, que me sugeriram a AAE, como clube para me federar. O inicio na arbitragem pela FPB surgiu, num Campeonato Nacional de Desporto Escolar, em 2012 que participei como Árbitro. Desde sempre considerei a vertente da arbitragem bastante interessante e, logo que me foi proposto exercer essa função, aceitei desde logo. 
FG - Desde quando está no Badminton e há quanto tempo é Árbitro?
CC - Pratico Badminton, como atleta federada há 5 anos e exerço a função de Árbitro há 3 anos.
FG - Como está a procura para ser Árbitro de Badminton? 
CC - Neste momento penso que está a ser desenvolvido um bom projeto, por parte do Conselho de Arbitragem, no sentido de captar jovens árbitros para o Badminton português. Existem, neste momento, vários jovens a estagiar para, futuramente se tornarem árbitros, aqui em Portugal.
FG - Quais foram, até agora os torneios que mais gostou de actuar?
CC - Gosto de atuar em todos os torneios a que vou pois estou a fazer algo que gosto e que me satisfaz. No entanto, o torneio que me marcou mais até agora foi o Campeonato Europeu de Veteranos aqui em Portugal, quer pela duração do torneio (1 semana), quer pela importância do mesmo a nível do Badminton Europe.
FG - Como é a ida dos Árbitros para, os torneios? Chegam antes para se adaptarem?
CC - Normalmente em torneios nacionais pede-se aos árbitros para chegarem 30 a 45 min. antes do torneio iniciar e é sempre feita uma pequena reunião entre Juiz-Arbitro e árbitros de modo a explicar a exigência de cada torneio, bem como alertar para algumas situações especificas, tais como o vocabulário utilizado pelos atletas, o comportamento dos mesmos, a roupa que podem ou não utilizar, comportamento dos treinadores, entre outras coisas. Em torneios internacionais é pedido aos árbitros para chegarem ao torneio no dia anterior e a reunião entre juiz-arbitro e árbitros é feita à noite, na véspera do torneio.
FG - Explique um pouco sobre a arbitragem no Badminton. Quantos árbitros e juízes são necessários, por torneio e qual a função de cada um?
CC - A arbitragem na modalidade exige vários cargos, entre os quais cada um desempenha funções distintas. Em primeiro lugar temos o Juiz-Arbitro, que contribui para manter a organização de todo o torneio, seleciona os árbitros para cada partida, chama os respetivos jogadores para a mesma e, caso surjam situações dentro de campo, que o árbitro não consiga solucionar, é chamado o juiz-arbitro para atuar. Em seguida existe o árbitro que assegura o cumprimento das leis de jogo, que toma a decisão final entre cada ponto e informa os jogadores e espectadores, durante o decorrer da partida, da pontuação, dos intervalos e das trocas de campo. Depois temos o Juiz de Serviço, que tem como função assinalar as faltas cometidas, durante a execução do serviço por parte do jogador que está a servir (Estar atento às faltas cometidas pelo jogador que esta a receber é também uma das funções do árbitro). Por fim existem os juízes de linha que verificam se o volante cai dentro ou fora das linhas de marcação do campo de Badminton. No entanto, em Portugal, quer em torneios zonais, quer em nacionais não são utilizados Juízes de Serviço, nem Juízes de Linha, tornando-se mais difícil desempenhar a função de árbitro.
FG - O que é necessário para ser um bom Arbitro de Badminton?
CC - A arbitragem no Badminton tem uma função bastante complicada e é necessário, uma grande concentração por parte dos árbitros para conseguir tomar a melhor decisão, no momento certo pois, caso isso não aconteça, irá comprometer a credibilidade do árbitro até ao final da partida, podendo por vezes ocorrer situações desagradáveis dentro de campo. Assim, é necessária uma grande determinação e confiança nas suas decisões, tendo sempre consciência de que, a qualquer momento, podemos tomar decisões menos acertadas. Para além disso, é necessário que o árbitro saiba impor respeito, de maneira a que os jogadores não excedam os limites do que é saudável no desporto, ou seja, que mantenham sempre uma boa atitude de fair-play dentro de campo. É igualmente importante que o árbitro tenha uma boa projeção de voz para que se faça ouvir, tanto no campo como nas bancadas. Na minha opinião acho que é fundamental criar uma boa relação entre árbitro e jogadores desde o inicio da partida, facilitando assim a comunicação e a tomada de decisões.
FG - A Catarina tem muitos problemas com jogadores durante as partidas?
CC - Até agora, em todos os torneios que atuei, não tive grandes problemas com os jogadores, no entanto há sempre jogos mais complicados de controlar do que outros, devemos estar sempre concentrados, no que estamos a fazer para não surgirem situações, que não consigamos controlar.
FG - Os Juízes-Árbitros, permitem que a Catarina, arbitre partidas com a participação de atletas do seu clube?
CC - Normalmente, caso surjam situações desse tipo, os Juízes-Árbitros tentam colocar outros árbitros para nos substituir. No entanto, nem sempre é possível faze-lo. É preciso que sejamos totalmente imparciais e desempenharmos, a nossa função o melhor possível.
FG - Como está o nível da arbitragem portuguesa?
CC - Penso que ao longo dos últimos tempos, o nível da arbitragem em Portugal tem evoluído; temos o exemplo do árbitro João Fragoso e João Lopes, bem como a juiz-árbitro Susana Maldonado que têm estado presentes em vários torneios internacionais no estrangeiro e têm obtido boas prestações, elevando o bom nome da arbitragem portuguesa a outros patamares. Para além disso, como a arbitragem está, neste momento, a apostar em “jovens árbitros”, penso que daqui a algum tempo teremos mais árbitros a seguir carreira internacional
FG - Qual a importância de uma arbitragem de bom nível para o desenvolvimento do Badminton em Portugal?
CC - Considero fundamental a existência de um bom nível de arbitragem, principalmente nos escalões mais jovens. Assim, tenta-se que os atletas estejam, desde cedo, em contacto com as leis de jogo, as regras que devem cumprir, o comportamento que devem ter, entre outras coisas. Por exemplo, caso haja um atleta que faça sempre falta no serviço e esta nunca seja marcada devidamente, o jogador, quando for mais velho, não vai corrigir tão facilmente o erro, uma vez que, na minha opinião, é mais fácil moldar um atleta enquanto é mais novo.
FG - Considera importante, que os atletas conheçam as regras e tenham também cursos ou orientações sobre o assunto?
CC - Penso que todos os atletas deveriam ter conhecimento das regras da modalidade, sendo benéfico a participação, em cursos ou orientações sobre a arbitragem. Deste modo, seria útil aos atletas para se sentirem mais à vontade dentro de campo, caso surjam situações que eles não estejam de acordo com o árbitro, bem como para terem conhecimento das faltas que existem de modo a não as cometerem desnecessariamente. 
FG - Faça uma avaliação sobre o blog Linhas & Finas/+ Badminton e o que mais gosta de ler?
CC - Acho que o trabalho do blog Linhas & Finas + Badminton tem bastante mérito, no trabalho que desempenha, pois é utilizado por todas as pessoas que gostam da modalidade, já que consegue manter-se sempre a par das noticias do Badminton, em Portugal e no estrangeiro. Gosto de me manter informada acerca das prestações dos atletas portugueses lá fora.
FG - Na sua opinião, o que acha mais necessário, para melhorar o Badminton português?
CC - Penso que Portugal tem todas as condições para conseguir obter melhores níveis de Badminton. No entanto, é necessário alguma mudança de atitude quer pelos atletas, quer pelos treinadores e ainda pelo sistema aqui em Portugal. Temos o exemplo da nossa “vizinha” Espanha que até há bem pouco tempo não tinha grandes resultados a nível desportivo e, neste momento, consegue ser uma seleção bastante forte em várias modalidades. É necessário que haja protocolos entre escolas e clubes para um melhor rendimento dos atletas na vertente escolar e desportiva, é necessário que hajam horários mais flexíveis para os atletas, são necessários mais apoios financeiros à modalidade, entre outras coisas. No entanto é fundamental que exista um maior empenho e dedicação por parte dos atletas portugueses pois, é necessário trabalhar bastante para se conseguir elevar o nível do Badminton português.

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