Miguel Rocha
Fernando Gouveia - Como é que escolheste o Badminton, como a tua modalidade preferida e a CHEL?
Miguel Rocha - Eu comecei a jogar Badminton como uma das actividade extra, que o ATL da Che lagoense tinha e à medida que o tempo foi passando o “bichinho” do badminton foi crescendo até que um dia o Treinador Ângelo Santos perguntou, se eu me queria juntar a um grupo de atletas também da minha idade (tinha por volta de 9/10 anos), para começar a treinar e ir a torneios de modo a fazer do badminton algo mais “sério”. Na altura gostei da ideia até porque, não tinha nenhuma actividade extra-escolar, e como até gostava de jogar, vi isso como uma oportunidade de aprender algo diferente, fazer amigos e acima de tudo me divertir.
FG - O que é para ti, o Badminton?
MR - Hoje o Badminton é para mim um “mundo” à parte, porque quando estou a treinar não existe mais nada a não ser, eu, a raquete, o volante e o treinador. É uma maneira que eu tenho de esquecer tudo o resto e fazer algo que gosto bastante, embora de há uns tempos para cá as coisas têm-se modificado um pouco.
FG - O Miguel, tal como todos os atletas é estudante. Como concilias estas duas actividades? Que conselho dás aos atletas, que se encontram na mesma situação?
MR - Bem, tenho de admitir que é muito difícil de fazer, conciliar o badminton com a escola, porque tenho uma carga horária escolar grande e por consequência fico muito tempo na escola, o que torna difícil encontrar tempos livres, para treinar e estudar. O melhor conselho que dou, é que não metam a escola depois do badminton, pois no badminton em Portugal, infelizmente não há grande futuro como jogador, porque as “apostas” nos jogadores são poucas.
FG -E o que gostavas de ser, quando fores adulto em termos profissionais?
MR - Gostava de seguir Educação Física e Desporto, e possivelmente trabalhar num ginásio como treinador pessoal, porque gosto bastante da área do desporto e acho que esta é a area que melhor me enquadro.
FG - Habitualmente quantas unidades de treino efectuas por semana, durante quanto tempo, quem é o teu treinador?
MR - Normalmente são 5 unidades de treino físico/técnico, por semana (de 2ª a 6ª feira) com todos os meus colegas do clube, com a duração até 2 horas (quando se consegue), em termos de treino individual... aí depende de muita coisa, da minha disponibilidade, da disponibilidade dos treinadores, da disponibilidade do pavilhão, é muito irregular e nada definido. O treinador principal neste momento para o escalão sub-17 é António Pinto Leite.
FG - O que que mais gostas de treinar no Badminton?
MR - Gosto de treinar tudo, acho que não há nada assim que destaque, vejo todos os exercícios como algo fundamental a treinar e não desprezo nenhum, porque todos tem uma finalidade e essa finalidade se não for bem treinada pode fazer a diferença em alguns jogos.
FG - Quais os momentos de competição que consideras como inesquecíveis?
MR - Um dos momento que mais me marcou, foi sem duvida quando ganhei, o meu primeiro torneio em Espanha, porque foi o primeiro torneio internacional, em que tive uma preparação física e técnica especifica, apesar do objectivo ser de apenas “fazer boa figura” acabei por ganhar um torneio onde havia jogadores muito bons, mas foi no momento da comemoração, que ao cumprimentar o treinador Ângelo Santos é que me apercebi, que naquele momento tinha ali comigo alguém que ia ser mais que um treinador, um segundo pai, um melhor amigo, que podia contar com ele para tudo, acho que esse sentimento de alegria conseguiu ser maior que a própria vitória. Mesmo hoje, apesar de infelizmente o Ângelo já não ser treinador da Che-Lagoense, ele continua a ser um grande marco, na minha vida e será sempre o “meu treinador”, infelizmente há pessoas que não entendem este sentimento.
FG - O que achas da relação entre os atletas da CHEL e com os adversários dos outros clubes?
MR - Para mim adversários só no campo e mesmo assim tento sempre ter o maior respeito por eles, fora de campo acho que damo-nos todos bem e não há rivalidades.
FG - Queres deixar uma mensagem para todos os que estejam a pensar praticar Badminton no teu clube?
MR - Diria apenas que vale a pena praticarem Badminton.
FG - O que consideras fundamental para um melhor desenvolvimento do Badminton na CHEL e em Portugal?
MR - Na minha opinião, o que falta é um maior investimento nos atletas, que realmente levam o badminton a sério independentemente do seu escalão, mas isso é só a minha opinião, porque é desmotivante um atleta esforçar-se a treinar, com o objectivo de uma certa competição e depois... não há apoios.
FG -Tens algum familiar que jogue ou que tenha jogado Badminton?
MR - Sim, o meu pai que já jogou quando era mais novo e o meu irmão que está a começar agora.
FG - Quais os teus planos até ao final desta época? E para 2015 / 2016?
MR - Eu não gosto muito de fazer planos, gosto de manter a minha cabeça ocupada, com um torneio de cada vez e tentar ganhar sempre o próximo, depois seja o que Deus quiser. Para a época de 2015/2016 ainda não sei, até lá muita coisa pode e vai mudar e acontecer.
FG - Quais foram as principais competições que já disputaste e quais as de maior sucesso?
MR - As principais competições que participei foram provavelmente, os três torneios que fiz em Espanha, na época de 2012/2013 tendo sido também umas das com mais sucesso, os Internacionais de Juniores da Irlanda, da Bélgica, da Polónia e da Itália e também os Internacionais de Sub-17 da Finlândia, tendo sido os Internacionais de Juniores da Itália, da Polónia e o de Sub-17 de Finlândia os de maior sucesso, na minha opinião.
FG - Quando começaste a treinar imaginaste que eventualmente terias o potencial que tens vindo a demonstrar?
MR - Não, eu quando comecei a jogar, tinha simplesmente como objectivo perder peso e aprender um desporto novo. Mas como sempre tentei dar, o meu melhor nos treinos e jogos, os resultados foram aparecendo, isto também porque tive uma boa “base”.
FG - Qual é a importância do desporto na tua vida?
MR - É algo que gosto muito, mesmo fora do pavilhão gosto de praticar outros desportos e ter experiências novas, é uma área que sempre gostei e que ao longo do tempo tenho-me interessado cada vez mais.
FG - A humildade e o trabalho são os segredos dos campeões?
MR - Sim, sem duvida, a humildade é algo fundamental numa pessoa seja ela atleta ou não, e em relação ao trabalho... sem ele não se consegue chegar “lá”, é o nunca desistir apesar de muitas vezes apetecer voltar costas e mandar tudo para o ar.
FG - Em menos de um ano já venceste algumas competições, a que se deve estes belos resultados?
MR - Ao imenso trabalho que tenho feito, em pavilhão embora prejudicando a escola, e também o facto de querer manter viva uma promessa que fiz a uma pessoa, que me é muito querida, mas não tem sido fácil.
FG - E como é o teu dia a dia?
MR - O meu dia a dia é muito preenchido, 4 dos 5 dias da semana entro às 8H25 na escola e saio às 18H00 das aulas ou da explicação, os treinos começam ás 18H30 e terminam às 20H30. Depois é jantar, estudar e quando há tempo, vejo um pouco televisão.
FG - Gostarias de fazer algum tipo de agradecimento?
MR - Quero agradecer ao Professor Gouveia e ao blogue Linhas e Finas/+ Badminton pela oportunidade desta entrevista, aos meus pais por todo o apoio, que me têm dado ao longo das época. Tem sido fundamental, tanto para ir a torneios como para ultrapassar alguns problemas e ao meu patrocinador (Fz Forza Espanha) por tudo o que me tem ajudado, a ajuda que tem sido fundamental.


Sem comentários:
Enviar um comentário