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domingo, 9 de agosto de 2015

Entrevista com... Prof. António Rosa conduzida por Fernando Gouveia!

Entrevista com...
Professor António Rosa


Introdução - O professor António Rosa, treinador do Desportivo de Castelo Branco, é natural do Barco (Covilhã), e residente em Castelo Branco. É Mestre em Educação Física e Supervisão Pedagógica, Professor de Educação Física desde 1994, atualmente leciona na Escola João Roiz, do Agrupamento de Escolas Amato Lusitano, em Castelo Branco.
Fez um percurso escolar no Badminton desde 2001, ano em que começou a fazer formação na modalidade e a ser responsável por um grupo/equipa de Badminton, no âmbito do Desporto Escolar. Teve presença assídua nos Regionais do Desporto Escolar desde 2001, com vários resultados de pódio dos seus alunos não federados. Esteve em dois nacionais, também no escalão de iniciados, o último este ano 2014/2015, já com alunos federados e dois vice Campeões Nacionais. Em 2010/2011 fez o Curso de Treinadores, Grau I, de Badminton, na FPB, e em 2013 passou a integrar a Secção de Badminton do Desportivo de Castelo Branco.

Fernando Gouveia - Quando começou a interessar-se pelo desporto e porquê?
António Rosa - Desde cedo que a prática desportiva me motiva e, por isso mesmo, me acompanhou no meu crescimento formativo como pessoa. Recordo no meu percurso escolar, enquanto jovem ainda, a falta de profissionais que senti na disciplina de Educação Física, com todas as consequências daí decorrentes. Estamos a falar de finais da década de 70, inícios da década de 80, onde a prática federada no interior rural se limitava ao futebol, modalidade em que fui federado.
FG - Como nasceu o DCB? e porque foi criado? 
AR - Após o términus do Curso de Treinadores de Badminton, em 2011, comecei a equacionar federar o grupo/equipa de badminton do desporto escolar da minha escola. De facto os resultados até então alcançados, o gosto que sentia pela modalidade e o gosto dos jovens que faziam sucessivamente parte dos meus grupos equipas levaram-me a equacionar essa possibilidade. Entretanto, o Luís Amaro, em 2013, também colega de Educação Física, começa a iniciar a Secção de Badminton no Clube Desportivo de Castelo Branco, clubes eclético, aberto a outras modalidades para além do Futebol. O certo é que, antes de se iniciar a época 2013/2014, recebi um convite do Presidente do Clube, Engº Luís Caiola, para dar o meu contributo, em equipa com o Luís Amaro, na implementação da Secção de Badminton do DCB, enquanto modalidade federada. Um desafio aliciante, tendo em conta as pontes que poderiam ser feitas, na modalidade de Badminton, entre o desporto escolar não federado, na qual tinha alguns anos de experiência, e o desporto federado a nível de clube, numa oferta pioneira do DCB no Distrito de Castelo Branco. Na nossa primeira época participamos maioritariamente nos Torneios de Divulgação da FPB. Atualmente, para além da vertente de ensino, treino e competição, tendo em conta as etapas da formação dos jovens praticantes, a Secção (DCB) dá resposta a quem quer praticar a modalidade pelo prazer de treinar e jogar com todos os efeitos daí decorrentes a nível formativo, físico, psicológico e social.
FG - Concorda, se a distribuição geográfica no Continente fosse organizada, pela Zona Norte (Distritos Aveiro, Braga e Porto), Zona Centro (Distritos de Coimbra, Castelo Branco e Leiria) e Zona Sul (Distritos de Évora, Faro, Lisboa e Setúbal?
AR - Plenamente.
FG - E se cada uma dessas Zonas fosse coordenada, por uma Comissão Delegada, constituída por três elementos, um de cada distrito, dos quais um desses elementos seria um treinador? 
AR - Também concordo. O contributo do treinador deveria ser aglutinador das sensibilidades dos outros treinadores, o que não seria difícil tendo em conta os meios de que hoje em dia dispomos a nível da comunicação.
FG - Qual a sua opinião se os Torneios Zonais e Nacionais fossem realizados, em duas fases, a 1ª Fase por grupos e em “poule” e a 2ª Fase, por eliminação à 1º derrota?
AR - Ao longo deste primeiro ano completo de competição federada sentimos que a experiência competitiva tem um papel fundamental na evolução, motivação e resultados do jovem jogador. Deste modo, uma competição com uma primeira fase de grupos, nos escalões mais jovens, contribuiria positivamente para a própria motivação e evolução do atleta, à semelhança do que é feito a nível local, regional e nacional nos campeonatos do desporto escolar. Com que motivação fica um jovem jogador quando percorre cerca de 400 km e, no “azar do sorteio”, é eliminado da competição no primeiro jogo? 
FG - E se fossem realizados, 6 torneios com a duração de 2 dias, nos escalões, Sub-13, Sub-15 e Sub-17 em cada Zona Continental, nos Açores e na Madeira apurando os melhores, para os Campeonatos Nacionais Individuais, algum benefício poderia trazer para melhorar a competição?
AR - Estou convencido que aumentaríamos em muito o nível competitivo dos nossos jovens jogadores, e com consequências também na dimensão formativa dos valores associados a uma vida ativa, no âmbito da responsabilidade, de estilos de vida saudáveis, da sã convivência em grupo e da gestão do tempo, dado que realizar as competições em 2 dias teria implicações na gestão do estudo, e o sucesso escolar deve ser a primeira preocupação dos jovens jogadores e dos seus treinadores.
FG - Comparativamente com países europeus de grande dimensão competitiva, Portugal necessita de um grande aumento de jogadores. O que fazer? com um número tão reduzido de jogadores federados, qual seria o caminho a seguir para conseguirmos um maior equilíbrio competitivo em termos internacional?
AR - A modalidade de Badminton é a 3ª modalidade mais praticada a nível nacional, no âmbito do desporto escolar, num universo de mais de 150 mil alunos, mas que não tem tido a respetiva correspondência no aumento de jogadores federados. Onde estão as ações concretas de promoção, divulgação e cooperação entre a FPB e a Escola? Penso que a FPB, que estabeleceu um protocolo com o Ministério da Educação/Desporto Escolar, poderá, e deverá, traçar novos caminhos num espaço de tempo alargado, no sentido de captar o interesse que este desporto suscita a nível escolar. Sabemos que mais de 20 mil alunos praticam anualmente badminton escolar em todo o país. Se olharmos para o lado, basta estar atento e ver o que está a ser feito pelas respetivas federações, e estou-me a referir apenas a projetos nacionais que envolvem as escolas em parceria com o desporto escolar, em modalidades como o basquetebol, voleibol atletismo e futsal, para registar apenas estas. 
Para outro nível de resultados competitivos, em termos internacionais, é necessário talento do atleta, respeito pelas etapas de formação, e condições ótimas de treino para potenciar esse talento. Por exemplo, e refiro-me a algo que está previsto, mas que certamente por razões diversas não se tem concretizado, que é a implementação de atletas talentosos residentes no CAR, devidamente apoiados, numa transição para a etapa do rendimento máximo enquanto especialização e treino de alto nível.
FG - E qual a sua proposta para melhorar a imagem do Badminton, no interior do país?
AR - Não basta o reconhecimento federativo a quem, como o DCB, trouxe recentemente o Badminton federado a zonas inabituais. Esse reconhecimento é importante e ficamos satisfeitos por isso. No entanto, se não fosse o apoio do Clube e da Câmara Municipal de Castelo Branco, presidida pelo Dr. Luís Correia, dificilmente poderíamos ter participado em 22 torneios durante esta época 2014/2015, a maioria nas Caldas da Rainha. Deste modo, pensamos que a FPB deveria estabelecer critérios diferenciados no apoio aos clubes que têm que se deslocar de bem longe para poderem participar nas competições Zonais e Nacionais. Ou seja, olhar para o potencial de crescimento no interior do país com outros apoios. Por outro lado, continua a ser fundamental implementar um plano nacional de descentralização na formação de treinadores e professores de Educação Física, por iniciativa federativa. Seria certamente um investimento em prol de mais qualidade, que potenciaria o aumento do número de atletas federados, dado que simultaneamente permitiria ter professores, treinadores e jovens jogadores motivados. Ou seja, agentes com uma adequada formação básica geral na iniciação e específica, no âmbito da formação desportiva na modalidade de Badminton.
FG - Em Castelo Branco já estão a aparecer, alguns talentos? Como é possível identificar talentos desportivos, ainda na infância?
AR - Não é nossa preocupação a questão de descobrirmos talentos no DCB. Os talentos demoram alguns anos a poderem ser considerados como tal. Procuramos sempre trazer os mais novos que revelam apetência para a modalidade. Estamos numa fase muito inicial de construção da Secção de Badminton, num clube com um historial enorme no panorama regional na modalidade do futebol, ao nível das camadas jovens. A deteção de talentos no Badminton, a partir dos clubes, caberá a outra entidade, através de um modelo que seja nacional e permita exatamente essa deteção. 
No DCB, temos alguns jovens jogadores que, embora tivessem iniciado a competição federada há pouco mais de um ano, têm apresentado alguns resultados que não seriam de todo expectáveis. Mas é fundamental olhar em primeiro lugar para o desenvolvimento corporal, psíquico e social dos nossos jogadores e reconhecer as capacidades individuais próprias de cada um de forma a potenciar positivamente as suas capacidades.
FG - Qual o papel do desporto na formação de crianças e jovens?
AR - Destaco como fundamental a dimensão educativa, numa formação integral baseada em valores, como o espírito de grupo, disciplina, tolerância, humanismo, verdade, respeito e dedicação, contributos decisivos para o sucesso pessoal, escolar e desportivo das crianças e jovens, dado que são demais reconhecidos os benefícios a nível cognitivo, físico, psicológico, saúde, e de hábitos saudáveis de vida resultantes da prática desportiva orientada e continuada.
FG - O que devem fazer os pais quando percebem, que seus filhos possuem talento?
AR - Deixar que os seus filhos sejam felizes, respeitando a vivência da diversidade desportiva. Devem apoiar mas não pressionar, evitando criar falsas expetativas que depois podem não se concretizar, dado que um talento demora alguns anos a ser revelado.
FG - Quais são os erros mais comuns dos pais frente à formação desportiva dos seus filhos?
AR - Serem vínculos de contra valores na formação educativa inerente à formação da prática desportiva. 
FG - Na época de 2014 / 2015 quantos atletas por escalão, o DCB manteve em actividade competitiva, quantas unidades de treinos efectuaram por semana e qual o torneio, que os atletas, mais gostaram de participar? 
AR - O DCB na época 2014/2015 teve, com regularidade, em atividade competitiva 3 atletas em Sul-11, 1 em Sub-13, 6 em Sub-15, 9 em Sub-17, 4 em Sub-19, e 7 no escalão de seniores, categoria D. Os nossos jogadores treinam hora e meia duas vezes por semana. Nas férias letivas proporcionamos mais tempo para treino. Em termos da competição têm manifestado igual interesse na competição zonal e na competição nacional. Gostaram imenso de participar no torneio Luso-Espanhol de Évora.
FG - Quais os objectivos do DCB, para a época desportiva 2015 / 2016?
AR - Privilegiar a dimensão formativa e humana do crescimento de cada um dos nossos jovens assente em valores pessoais e de grupo; aumentar o número de jovens na iniciação; melhorar e optimizar o treino dos jovens jogadores; continuar a participar nas competições Zonais, Nacionais e de Divulgação, esta última, para os que não participam nos zonais; melhorar os resultados desportivos da época 2014/2015; candidatarmos-nos a organizar um zonal não sénior, sénior e eventualmente um torneio de clubes num espaço adequado que existe (Pavilhão Municipal); aumentar o número de atletas participantes no torneio de Évora do próximo ano e divulgar a modalidade de Badminton no distrito de Castelo Branco.
FG - Para quando, um Torneio Luso-Espanhol, em Castelo Branco?
AR - De forma alguma queremos fazer uma imitação do que é feito em Évora. Não está por isso nos nossos horizontes mais próximos organizar um evento dessa dimensão. Mas se houver mais clubes a surgirem no distrito de Castelo Branco porque não um torneio da Raia Centro?
FG - As Associações Regionais de Badminton, no Continente estão, com poucas ou nenhumas condições, para o desenvolvimento da modalidade. O que fazer para ultrapassar esta situação?
AR - De facto não tenho essa experiência de Associação porque não existe na nossa realidade, dado que no distrito de Castelo Branco temos apenas um clube (DCB). No entanto, à semelhança de outras modalidades, sabemos da sua importância no contributo que têm a nível local para o desenvolvimento de uma modalidade. Deste modo será necessário que haja clubes e que se criem as respetivas Associações.
FG - O que mais gosta de ler, no Linhas & Finas + Badminton e qual a sua avaliação, sobre o blogue?
AR - A minha avaliação é excelente. Procuro informação sobre tudo o que se passa no Badminton em Portugal e, Linhas & Finas + Badminton, têm-na. É de uma atualidade permanente. Além disso é uma voz criticamente construtiva no panorama do Badminton em Portugal, ao dar voz a todos. Parabéns ao seu criador e dinamizador, João Boto e à colaboração permanente do Prof. Fernando Gouveia.
FG - No momento em que se está a tentar desenvolver o Mini-Badminton, o que será necessário para melhorar a capacidade de sensibilização, das crianças, pais, clubes e entidades organizadoras de competições, para crianças?
AR - Em primeiro lugar deve-se valorizar mais a participação em detrimento dos resultados. A aposta, a meu ver, continua a ser o espaço escola, como espaço privilegiado de desenvolvimento da modalidade. Aí, a FPB tem um papel fundamental em implementar um Projeto Nacional de desenvolvimento do Badminton, direcionado para o 1º ciclo e 2º ciclo, numa parceria com o Desporto Escolar, proporcionando anualmente um momento local, regional e nacional, e onde fosse possível assegurar a presença dos nossos melhores jogadores como embaixadores da modalidade. Os clubes e o próprio Badminton nacional muito teriam a beneficiar.
FG - E se fosse realizado anualmente, um Encontro Nacional de Mini-Badminton, para os Sub-11 apurados, nas Zonas Continentais, nos Açores e Madeira disputado de acordo, com as regras específicas, desta variante do Badminton?
AR - Seria sem dúvida um momento marcante, dando a importância devida às crianças desta idade. Permitiria, por outro lado, que crianças que não estão nos zonais e nacionais pudessem estar juntas e ser acarinhadas na modalidade. 
FG - Para se aumentar o número de atletas Sub-11 seria importante pensar, na possibilidade de inscrição de atletas escolares, sem estarem directamente inscritos na federação, os seguros seriam os escolares, pois se existe um protocolo entre a FPB e o Desporto Escolar, que sirva para alguma coisa. Qual a sua opinião?
AR - Acredito que dificilmente se aumentaria o número de atletas praticantes nas competições federadas, de Sub-11, por esta via. Existem muitos condicionalismos que não seriam facilmente ultrapassáveis. Repito que o referi anteriormente: a FPB tem um papel fundamental em implementar um Projeto Nacional de desenvolvimento do Badminton, direcionado para o 1º ciclo e 2º ciclo, numa parceria com o Desporto Escolar, proporcionando anualmente um momento local, regional e nacional, e onde fosse possível assegurar a presença dos nossos melhores jogadores como embaixadores da modalidade. 
FG - Badminton Escolar, onde os mais qualificados jogadores federados, participantes em provas organizadas pela FPB também disputam, as competições escolares provocando, um grande desequilíbrio competitivo. E se fossem disputados, Campeonatos Nacionais Escolares, distribuídos por dois níveis. Nível A (federados) e nível B (não federados), a disputar mesma data e no mesmo Pavilhão Desportivo?
AR - Não vejo vantagens neste modelo diferenciado. O desporto escolar, na sua verticalidade competitiva, e por isso não estou a falar apenas do Campeonato Nacional do Desporto Escolar, onde ainda este ano estive no escalão de Iniciados, não deve diferenciar se um aluno é federado ou não. O aluno é da Escola, independentemente das suas opções na vivência desportiva fora da escola. Veria como opção mais adequada a criação de um quadro B, a eliminar, para os que não passassem da fase de grupos na primeira fase da prova que é feita em “poule”, mas sempre incluindo federados ou não federados.

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