Entrevista com... Adriana Gonçalves conduzida pelo Prof. Fernando Gouveia

Entrevista com...

Adriana Gonçalves

Introdução - Adriana Gonçalves, atleta Sub-17 do Famalicense Atlético Clube, natural e residente em Vila Nova de Famalicão, nascida a 24-04-1999 é estudante do 10º ano, na Escola D. Sancho I. em Vila Nova de Famalicão.

Após, a 4ª Jornada Nacional, Adriana Gonçalves encontra-se ordenado, no "Ranking Nacional / Sub-17", no 1º lugar em Singulares Femininos e em 2º lugar nos Pares Femininos, com a sua colega Catarina Martins e no 4º lugar em Pares Mistos, com o seu colega Eduardo M. Pereira.

Fernando Gouveia - Como é que escolheste o Badminton, como a tua modalidade preferida e o FAC? 

Adriana Gonçalves - Tomei conhecimento da modalidade e consequentemente do clube pela minha irmã, Sónia Gonçalves que já jogava e que me aliciou para experimentar. Inicialmente, confesso que não tive muito interesse porque praticava karaté, mas por insistência, resolvi experimentar e assim nasceu o gosto pela modalidade.

FG - O que é para ti, o Badminton?

AG - Para mim o Badminton é alegria, porque todos os momentos que pratico esta actividade sinto-me feliz. Mas é sempre muito difícil definir objectivamente de uma coisa que gostamos muito.

FG - A Adriana, tal como todos os atletas é estudante. Como concilias estas duas actividades? Que conselho dás aos atletas, que se encontram na mesma situação?

AG - Ser estudante e ser atleta não é fácil, ainda mais agora que tive de tomar uma decisão, escolher a minha via profissional. Considero-me uma pessoa dedicada nas minhas tarefas diárias por isso, quando estou e onde estou, estou a 100%. Assim, o meu dia tem duas partes, escola e treino. O conselho que dou a todos os atletas que estão na mesma situação do que eu é que estabeleçam prioridades, definam objectivos e se organizem.

FG -E o que gostavas de ser em termos profissionais?

AG - Actualmente e como só tenho 15 anos estou indecisa, entre ser enfermeira ou fisioterapeuta. No entanto, sei que tudo isto só será possível com uma boa média final no secundário. Muita coisa ainda pode mudar. Relativamente ao badminton tenho consciência que dificilmente serei uma atleta profissional, mas gostava muito.

FG - Habitualmente quantas unidades de treino efectuas por semana, durante quanto tempo e quem é o teu treinador?

AG – Actualmente, estou a treinar 6 vezes por semana, cada sessão de treino dura em média 1H30, e o meu treinador é o Prof. Bruno Gomes. Este ano confrontei-me com a possibilidade de ser um dia uma verdadeira atleta. Tive que tomar uma decisão e escolher entre o rigor, o dever e o trabalho ou o lazer, a manutenção e o convívio. Quero-me tornar uma atleta e não apenas mais uma jogadora.

FG - O que que mais gostas de treinar no Badminton?

AG – Não tenho uma preferência muito vincada por algo, mas é mais fácil dizer o que menos gosto. Treinar velocidade é sem dúvida aquilo que mais me custa, mas ao mesmo tempo o que mais preciso.

FG - Quais os momentos de competição que consideras como inesquecíveis?

AG - As várias vezes que fui vice-campeã nacional em singulares, foram sem dúvida os momentos que mais me marcaram como atleta. Estive muito perto de ganhar no ano passado, trabalhei imenso para isso, e por não ter conseguido marcou-me. Sei que mais tarde ou mais cedo vai acontecer. 

FG - O que achas da relação entre os atletas da FAC e com os adversários de outros clubes?

AG - Todos os atletas do FAC têm uma boa relação com os atletas dos outros clubes. Todos nos consideram muito simpáticos.

FG - Queres deixar uma mensagem para todos os que estejam a pensar praticar Badminton, no teu clube?

AG - Quero. Pratiquem Badminton porque é uma modalidade fantástica, exigente e inovadora. Quem começa dificilmente abandona. Pessoal, praticamos uma modalidade olímpica!

FG - O que consideras fundamental para um melhor desenvolvimento do Badminton no FAC e em Portugal?

AG - Para um maior desenvolvimento do Badminton, no meu clube e em Portugal em geral, penso que deveríamos ter mais recursos financeiros, portanto mais apoio por parte da federação e por todos aqueles que mandam no desporto.

FG -Tens algum familiar que jogue ou que tenha jogado Badminton?

AG - Sim. A minha irmã joga.

FG - Quais os objectivos para esta época e para 2015 / 2016?

AG - Ser campeã nacional em todas as provas.

FG - Quais foram as principais competições que já disputaste? E quais as de maior sucesso?

AG - As principais competições nacionais foram, os Campeonatos Nacionais. A nível internacional ainda não participei em muitos, mas este ano superei-me nos internacionais juniores de Portugal e nos internacionais Seniores de Portugal. Pratiquei nestes torneios, o meu melhor badminton da época.

FG - Quando começaste a treinar imaginaste que eventualmente terias o potencial que tens vindo a demonstrar?

AG - Sinceramente, o meu treinador e a minha mãe sempre me vinham dizendo que eu tinha grandes capacidades, mas nunca dei grande importância. Comecei a tomar consciência disso, quando referências do badminton nacional me abordavam e me diziam isso por exemplo, não me esqueço o que, o Jorge Pitarma e a Telma Santos, me diziam. 

FG - Qual é a importância do desporto na tua vida?

AG - Tornei-me desportista, quase por acidente. Hoje em dia, não me vejo sem praticar desporto.

FG - A humildade e o trabalho são os segredos dos campeões?

AG - Sim. Considero-me humilde e muito trabalhadora. Qualquer campeão por muito talento que tenha, não consegue atingir um nível elevado se não trabalhar arduamente.

FG - Em menos de um ano já venceste algumas competições, a que se deve estes belos resultados?

AG - Primeiro, deve-se á minha evolução que se verificou depois de um ano de trabalho intenso. Tenho as minhas limitações, conheço-as e esforço-me para corrigi-las. O trabalho dos treinos ajudam-me nesse sentido e tenho conseguido potenciar os meus pontos fortes. Agradeço aos que me ajudam: Bruno, Sónia, Eduardo, Catarina, Miguel, Tino, Jorge, Armando e a todas as minhas adversárias.

FG - E como é o seu dia a dia ?

AG - É um dia normal de uma estudante. Aulas, treino, convívio, família, amigos, tudo tem que ter um equilíbrio.

FG - Gostarias de fazer algum tipo de agradecimento?

AG - Gostava de fazer um. Obrigada mãe!