2013 em revista

E pronto 2013 está a terminar, e mais um ano em que pouco ou nada mudou no badminton nacional.

Depois de dois anos de processo, chegou ao fim no inicio do ano,  o caso da Federação Portuguesa de Badminton e 3 dos seus directores, que levaram a tribunal este blogue. Após acordo das partes o caso terminou em arquivamento.
Linhas & Finas/+Badminton deu a conhecer o nome dos "Melhores do Ano 2012". Em Abril nas Caldas da Rainha este blogue juntou mais de uma centena de atletas/treinadores/dirigentes/árbitros e amigos naquele que foi o 2º Jantar/Gala do blogue, e onde foram entregues os prémios aos "Melhores do Ano".

Telma Santos e Pedro Martins, os dois atletas olímpicos estiveram sem competir longos meses e era inevitável a queda no ranking mundial. Pedro Martins que após  Londres'2012 apenas competiu nos Internacionais de Portugal e Espanha (este ultimo lesionado), continua longe da posição que o levou aos jogos olímpicos (589ª), enquanto que Telma Santos conseguiu felizmente para ela e para o badminton português recuperar mais de 200 posições com os seus quatro títulos consecutivos (Hatzor, Marrocos, Botwana e Africa do Sul) e fechar o ano na 146ª posição. Em destaque esteve ainda neste ano Sónia Gonçalves (FAC) que depois de se sagrar campeã nacional de juniores, apostou forte nos últimos meses do ano na competição internacional. Sónia Gonçalves esteve em 5 competições, todas elas por iniciativa própria e do seu clube, e o resultado é o 218º lugar no ranking mundial.

A arbitragem portuguesa esteve em grande destaque. João Lopes esteve em várias competições internacionais com o cunho do Badminton Europe, onde destacamos a sua presença no Campeonato da Europa de Equipas Mistas, que decorreu na Rússia. João Fragoso tornou-se no 2º árbitro português a conseguir as insígnias do Badminton Europe, depois de João Lopes, e esteve ainda presente no Europeu de Juniores que decorreu na Turquia.

A CHELagoense continuou a dominar o badminton em Portugal, perdendo no entanto em 2012 os títulos sub13 e sub19 em equipas mistas, respectivamente para o CDCEstoril e AAEspinho e ainda as equipas homens sub19 para o CBCascais. O clube algarvio esteve na Taça dos Clubes Campeões Europeus conseguindo a sua melhor classificação de sempre ao ser eliminado nos 1/4 de final.

Em termos de selecções e apesar de alguns estágios, que já não aconteciam à largos meses, Portugal acabou por falhar o Europeu de Equipas sub19 na Turquia (apenas marcaram presença no torneio individual, Bruno Carvalho e Sónia Gonçalves), o Europeu de Equipas Mistas na Rússia e ficamos  a saber em 2013, que iriamos ainda falhar o Europeu de Equipas Homens e Senhoras em Fevereiro de 2014 na Suíça. Mau demais para um pais e uma Federação que tem um Centro de Alto Rendimento disponível 365 dias por ano só para o badminton!

Vânia Leça que anunciou a retirada dos courts, conseguiu em pares senhoras onde fez dupla com Catarina Cristina a medalha de bronze nos europeus universitários, melhor classificação de sempre de um atleta luso em competições universitárias.

Cada vez mais clubes e atletas portugueses, em especial não seniores, procuram competição fora do pais. Espanha é o principal alvo, e os resultados até foram muito positivos, mas outros países começam também a ser procurados, como Inglaterra, Dinamarca, Suiça, etc....

Portugal tem em 2013 e pela primeira vez na sua história, a presidência do Badminton Europe, cargo que João Matos ocupa actualmente. Para além de João Matos, regista-se ainda como tesoureiro da direcção do Comité Olimpico de Portugal, a presença de Joaquim Lopes, um dos vice-presidentes da Federação Portuguesa de Badminton.
João Chang vence a 4ª Edição do Troféu Alberto Almeida, troféu que premeia o empenho e o fair-play dos atletas não seniores ao longo do circuito nacional. Um troféu que desde o 1º minuto conta com o apoio e patrocínio de JMA-BadmintonSport do amigo José Manuel Almeida. 

A FPB organizou uma vez mais com êxito os seus internacionais absolutos e de juniores, com destaque em absolutos para a russa Ella Diehl, que 14 anos depois voltou a vencer em Portugal.

O madeirense Ricardo Fernandes que treinou em Inglaterra durante 4 anos, acabou por rumar para novo desafio, agora em terras suecas. Marco Vasconcelos também decidiu trocar a Federação Portuguesa de Badminton e as selecções nacionais por um novo projecto na Confederação Brasileira de Badminton. Para seu lugar foi convidado Jorge Cação que continua a contar com o apoio de Fernando Silva.

Este foi também o "fim da linha" para a Academia de Badminton, um projecto iniciado por Daniel Moura e Filipa Lamy.

Nota muito positiva desde o inicio da temporada 2013/14 é o regresso dos atletas madeirenses ao circuito nacional - fase nacional. Um regresso que se saúda e que já deu os seus frutos, quer em seniores como em não seniores. Outra nota positiva foi o regresso dos sub11 ao circuito nacional.

Dois jovens sub17, estão a emergir no circuito nacional absolutos. Trata-se de Sofia Setim (CDRP) e Ricardo Silva (CHEL). A madeirense venceu a sua primeira competição em absolutos e o algarvio juntamente com Ana Reis tem dominado os pares mistos nesta nova temporada.

Em 2013, o badminton português e a arbitragem nacional, perderam inesperadamente Henrique Neto, um grande amigo e um comunicador nato. Henrique Neto deixou-nos com apenas 65 anos e muito ainda para dar ao badminton português. Também Fábio Andrade, um jovem, antigo atleta do CSMA faleceu em circunstâncias trágicas, deixando o badminton madeirense e nacional de luto.

A nível internacional, destaque para o 5º título mundial de Dan Lin (CHN) e para o 1º da tailandesa Ratchanok Intanon,  para o 1º título europeu da Alemanha em equipas mistas derrotando na final a Dinamarca e ainda para o 12º título da Dinamarca em juniores.

O badminton internacional também ficou de luto com a morte de dois jovens, a americana de origem filipina Karyn Velez e o peruano Bruno Monteverde, em dois acidentes de viação.

Esperemos que 2014 seja o fim da crise, e que o badminton português vá em frente à procura de uma nova politica. Que haja mais oportunidades para jovens valores que agora despontam ou para os que já sejam uma certeza. Portugal e o seu organismo máximo na modalidade tem obrigatoriamente de inverter esta politica de estagnamento, sem projectos e sem futuro. Os projectos do desenrasca não servem a modalidade,  apenas traduzem o retrocesso do badminton português.

A todos os nossos leitores e amigos, Linhas & Finas deseja um ano de 2014 com muita saúde, felicidade e muito badminton!