linhasefinas

Acompanhe aqui as noticias mais significativas sobre badminton

Leia tudo numa só página, as "noticias" e os "cartoons". Participe...enviando-nos noticias de badminton da sua Região, Clube ou Associação, que estas serão publicadas para uma maior divulgação da modalidade. e-mail : linha.boto@gmail.com

Há notícias que só no maior jornal de badminton
de Portugal se podem ler....


Última Hora

sábado, 20 de novembro de 2010

NOVA FORMA DE ATRIBUIÇÃO DOS TÍTULOS DE CAMPEÃO NACIONAL - Artigo de Opinião de José Bento

No início desta época a Direcção da FPB resolveu alterar a forma de atribuição dos títulos de Campeão Nacional. A minha reacção num blogue da modalidade (Linhas & Finas) foi de imediato: "É UMA VERGONHA !"
Nesse blogue foi depois colocada uma sondagem para saber a opinião dos seus leitores e a maioria pronunciou-se a favor dessa alteração. "O RESULTADO VERIFICADO FOI OUTRA VERGONHA !"
Não que seja contra a manifestação dessas pessoas que demonstraram uma opinião contrária à minha. O que anotei foi a falta de conhecimentos dessas pessoas que colaboraram nessa sondagem (e na maioria de outras sondagens) para dar credibilidade aos resultados obtidos.
Agora que todos estão confortáveis (até aqueles que logicamente seriam os próximos campeões nacionais e vão deixar porventura de o ser por esta alteração) achei ser altura de justificar a minha reacção aquela decisão que considero a pior dos últimos tempos que a Direcção da FPB tomou (entre outras que na devida altura sempre tentei contestar apresentando os meus argumentos críticos mas sempre construtivos com ideias alternativas que nunca foram reconhecidas). Eu mencionei nesse blogue: "É UMA VERGONHA…,"
… PORQUÊ ?
… porque que eu saiba não houve nenhum acontecimento importante que levasse a esta alteração!
… porque a atribuição dos títulos de Campeão Nacional sempre foi feito DESDE o INÍCIO DA FPB em 1954, há portanto 56 anos, através de uma única prova com essa denominação!
… porque essa forma de atribuição dos títulos de Campeão Nacional da maioria, se não de todos os países europeus e filiados na BE – Badminton Europe e na BWF – Badminton World Federation, sempre usou um campeonato próprio para esse efeito!
… porque a mesma forma sempre foi usada para a atribuição dos semelhantes e respectivos títulos de Campeão Europeu ou Campeão Mundial!
… porque como se sabe não é através dos Rankings Europeus ou dos Rankings Mundiais ou Rankings Nacionais que são atribuídos os respectivos títulos de Campeão Europeu ou Campeão Mundial ou de Campeão Nacional dos respectivos países!
… porque se se pretende considerar como melhor atleta aquele que no final de uma época atingiu o primeiro lugar na Classificação Oficial através do respectivo ranking pontual não há a necessidade de lhe conceder o título de Campeão Nacional pois basta atribuir-lhe o prémio que já está consagrado no Regulamento Técnico da FPB, no seu Artº. 10º. , conforme está descrito no final deste artigo. (O que me parece é que a Direcção da FPB também não tem cumprido mais esta determinação, tal como outras que têm ficado por satisfazer).
… porque para ser Campeão Nacional pressupõe que um atleta tenha vencido uma prova específica com essa denominação e não atingido um somatório de pontos provenientes da sua participação durante uma época em diversas competições (e que por acaso nem será obrigado a ganhar alguma delas ).
De facto e apenas como exemplo possível se um atleta participar em todas as provas classificando-se sempre em 2º. Lugar poderá acontecer que o atleta que fique em 2º. na Classificado Oficial de pontos até tenha ganho uma prova e ter tido más classificações nas outras que não lhe permita ficar com o maior número de pontos e nessa hipotética situação seria um absurdo estar a considerar como Campeão Nacional um jogador que não tenha ganho qualquer prova na época.
Isto é apenas um exemplo de entre outros que demonstra a falta de justiça e de coerência entre duas situações perfeitamente distintas:
Uma é a participação numa única prova que à partida vai determinar e atribuir o título de Campeão Nacional (que até pode perfeitamente ser ganho por um atleta que não se considere o melhor do país, mas que a vencerá).
Outra é a atribuição de um prémio que pretende distinguir o atleta que foi o mais regular durante uma época (e para que isso aconteça é preciso que ele possa participar no maior número de provas e obtenha nelas bons resultados, que não obrigatoriamente tenha de vencer alguma).
Qualquer argumento que pretenda justificar a atribuição do título de Campeão Nacional àquele que fique em primeiro lugar na Classificação Oficial de pontos é de todo injustificável pois qualquer situação de lesão ou impossibilidade de participação numa prova que faça parte do Ranking poderá ser motivo suficiente para não ficar nesse lugar.
(Veja-se os casos do Pedro Martins e da Telma Santos, considerados por todos (?) como melhores atletas de Portugal e que estão bem classificados no Ranking Mundial, que não atingiram a classificação máxima de pontos no ranking português da última época e que por isso não poderiam ser considerados Campeões Nacionais pela nova forma de atribuição do título)
A mesma situação já acontecia igualmente com o atleta que por qualquer razão não pudesse participar na prova denominada Campeonato Nacional e por essa razão não seria considerado Campeão Nacional.
(Veja-se o caso do Pedro Martins, considerado por todos (?) como melhor atleta de Portugal e como não se inscreveu, na época passada, a tempo de poder participar no Campeonato Nacional, também não foi considerado Campeão Nacional).
Como se pode observar não é com simples exemplos que se poderá defender e argumentar a mudança da forma de atribuição do título de Campeão Nacional por se considerar a nova como mais justa.
Em qualquer das duas formas poderá ser atribuído sempre um título de Campeão Nacional a um atleta que não seja considerado como o melhor de Portugal. Só que na forma antiga havia um Campeonato específico para que o atleta pudesse conquistá-lo tendo de o ganhar aos outros participantes que igualmente o quisessem conquistar. Ao longo dos anos foi isso que sempre aconteceu mas ninguém contestará que eles venceram a prova denominada “Campeonato Nacional”. Com a nova forma está-se a premiar aquele que durante um conjunto de provas foi capaz de estar presente na maior parte delas e tenha obtido boas classificações sem no entanto haver obrigação de ganhar pelo menos uma delas. Premiar os vencedores das duas situações distintas (vencedor da prova do Campeonato Nacional e o atleta mais regular da época) tal como se verificava é que estará correcto e nada justifica a alteração da forma de atribuição do título de Campeão Nacional.
Com esta alteração nada vai melhorar!
Até pelo contrário irá novamente verificar-se uma situação que já aconteceu com os nossos melhores atletas candidatos aos Jogos Olímpicos que pela necessidade de participarem em muitos torneios no estrangeiro terão forçosamente de prescindir a sua participação nos torneios do ranking de Portugal e no final das próximas épocas o mais provável é não ficarem em primeiro lugar na Classificação Oficial de pontos (tal como na época passada) e não lhes serão atribuídos os títulos de Campeão Nacional.
É isso o que vai acontecer ! É isso que pretendem com esta alteração ?
A CRIAÇÃO DA NOVA PROVA “TAÇA DE PORTUGAL”
É OUTRA VERGONHA ! COMO É POSSÍVEL ?
A justificação para a criação de uma nova competição denominada “Taça de Portugal” não tem nada a ver com esta decisão federativa de atribuir o título de Campeão Nacional ao atleta com melhor pontuação na Classificação Oficial de final de época. O que a Direcção da FPB decidiu foi criar a já falada prova de “Masters” onde só poderão participar os 8 melhores do ranking nacional. Esta prova tem a sua razão de ser e pode ser perfeitamente justificável no calendário português mas nunca para substituir a anterior prova que se denominava “Campeonato Nacional”. A Direcção da FPB poderá criar todas as novas provas que entender mas nunca poderá considerar esta “Taça de Portugal” como contrapartida ou para substituir ou para compensar seja o que for na decisão agora tomada.
Considero uma VERGONHA toda esta alteração...
… pela falta de argumentos, pela falta de justificação de toda a estrutura federativa (ninguém sabe a posição assumida pelo Conselho Técnico neste ponto nem tal terá qualquer relevância pois a decisão pertence à Direcção da FPB e não a este Órgão que penso ainda ser de carácter consultivo)
… e também pelo que já se começa a saber, pela forma como toda a estrutura foi envolvida neste tema onde alguns foram convidados a se pronunciar e outros colocados completamente à margem desta decisão histórica.
Mas a maior VERGONHA foi a falta de consideração que a Direcção da FPB demonstrou ao esquecer-se (?) de que já existe, também há muitos anos, no calendário nacional de provas, a disputa de uma “Taça de Portugal” que premeia o Campeão Nacional de Equipas Homens. Esta “Taça de Portugal” é uma taça perpétua, oferecida pelo Grupo Desportiva da Livraria Portugal, do saudoso Sr. Henrique Pinto. Qualquer taça perpétua pressupõe ser a única a realizar-se com esse nome. Podem fazer as sondagens que quiserem e terem todos os apoios para estas novas alterações publicadas pela Direcção da FPB.
Aliás a sondagem efectuada que deu razão e a esta nova forma de apurar o Campeão Nacional foi incorrectamente efectuada pois devia ter apenas as respostas sim ou não dado que a de concordar parcialmente não tem a mínima lógica. Também se desconhece as capacidades e conhecimentos de quem votou na sondagem. E igualmente se desconhecem os interesses particulares de alguns que defendem a nova forma. Ou seremos ingénuos de que os atletas que são subsidiados para participar em grande número de provas que contem para o Ranking terão logicamente mais possibilidades de atingir o título de Campeão Nacional do que ter de o ganhar numa só prova onde estarão decerto maior número de interessados?
Há atletas que não estão em clubes com condições económicas que lhes proporcionem a participação nesse grande número de provas e por isso mesmo que até possam ser dos melhores nunca terão a possibilidade de tentar ganhar o título de campeão Nacional. Para alguns clubes da Madeira e agora da CHEL será muito mais fácil conseguirem que os seus atletas “vão a todas” as provas do ranking e obtenham os primeiros lugares do que colocar os verdadeiros seus melhores atletas como Campeões Nacionais em prova única. Mas nem todos terão as razões de quem já anda nisto do Badminton português há tantos anos como eu e que acompanhou a atribuição desta Taça a muitos e gloriosos Clubes de Badminton. Por fim e quanto à conquista de títulos de Campeão Nacional Individual resta-me recordar que felizmente ganhei bastantes mas também perdi alguns, como por exemplo uma chegada tardia do meu parceiro… imagine-se por nessa manhã ter mudado a hora e ele ter chegado mais tarde ao jogo, tendo o nosso par sido eliminado por Falta de Comparência. Não foi decerto essa situação que mudou o estatuto de melhores ou piores atletas do país.
Nem essa razão justificaria a alteração da forma de atribuir os título nacionais. Não houve qualquer razão, nem Portugal tem qualquer justificação especial para alterar a forma de atribuição do título máximo nacional.
Por tudo isto considero, na minha modesta opinião, uma V E R G O N H A esta decisão da Direcção da FPB mas registei com muita mágoa e ainda maior VERGONHA como toda (?) a estrutura da modalidade mais uma vez a aceitou calmamente.
Que a estrutura da modalidade saiba reagir a esta tão importante alteração !
Com tanta coisa que precisa de ser corrigido no NOSSO Badminton sinto-me verdadeiramente envergonhado por esta decisão que prioritariamente ultrapassou todas as outras bem mais necessárias.
Já todos sabem que agora os novos regulamentos desportivos deste país dão todos os poderes às Direcções das diversas Federações para alterarem os diversos regulamentos ser terem de ser apresentados e apreciados em Assembleias Gerais e assim temos de aceitar TODAS as decisões que sejam apresentadas pela Direcção da nossa FPB, sejam elas boas ou más.
Mas há decisões que merecem ser bem discutidas e analisadas e a Direcção da FPB deveria ter mais bom senso e rodear-se de elementos e de TODA a estrutura da modalidade antes de tomar decisões como estas que não interessam a ninguém mas essencialmente ao Badminton nacional… e os outros países europeus o que dirão desta tão inovadora forma aplicada em Portugal ?
E se um dia destes, talvez no dia das mentiras, a Direcção da FPB resolva atribuir o título de Campeão Nacional por uma forma mais simples e que não necessite de realizar quaisquer provas poderemos ter os novos Campeões Nacionais de Portugal, usando outra nova forma inovadora:
POR SORTEIO !
Considero pessoalmente mais uma decisão triste proveniente desta Direcção da FPB que pretende eternizar-se no comando do Badminton português!
O meu amigo João Boto poderá contar com a minha amizade apesar de ter opinião diferente da minha e não aceite as minhas opiniões sobre este tema mas de facto há uma coisa onde ele errou na sua observação que fez no seu comentário: É que eu nunca fui nem poderia ser “tido como oposição à FPB”. A FPB é um organismo oficial que muito respeito e onde ainda estou inserido (se calhar por pouco tempo) quer como jogador, como juiz-árbitro, quer como treinador. Nunca por isso seria “oposição” ao órgão em que estou inserido. O que não posso pactuar é com as decisões que a actual Direcção da FPB tem vindo a tomar utilizando meios e métodos que considero menos correctos, mas apenas na minha modesta opinião. Pelos vistos, para eles e para muitos outros que continuam a preferir o silêncio têm achado uma MARAVILHA de actuação !
O Badminton português tem aquilo que merece !
E enquanto a democracia me permite continuarei a ter e a manifestar a minha opinião sobre todos os assuntos relacionados com o MEU Badminton !

José Bento

7 comentários:

Anónimo disse...

A proposta apresentada, enviada ou entregue em mão, à ABRAM e Clubes da RAM, por representantes do conselho técnico da FPB, para alteração ao sistema competitivo, não continha nenhuma alteração à atribuição do titulo de Campeão Nacional......
Como tal, o documento aprovado pela FPB, é, na minha opinião e do clube que represento, uma atitude, que, coloca serias duvidas no seu verdadeiro objectivo final, já que, a nível desportivo estamos conversados...
eu não tenho duvidas do verdadeiro objectivo final! retirar à RAM, títulos Nacionais...

Duarte Anjo

joão boto disse...

Sobre o teu artigo...

Compreendendo todas as tuas razões e argumentos, mas quero deixar claro que apesar de concordar em parte com o novo sistema de atribuição de títulos nacionais, o mesmo devia ter tido por parte dos
responsáveis federativos uma maior abertura ao debate com as várias classes ligadas à modalidade, com as associações regionais e clubes.
A ABRAM, sobretudo através da voz critica de Duarte Anjo, queixa-se por exemplo da proposta que discutiram, nada ter a ver com a que foi aprovada! E as outras associações foram ouvidas? Concordaram com tudo? Também foram enganadas, tal como a ABRAM?
Da parte que me toca, com já deves ter percebido, há vários anos que vinha defendendo uma alteração na forma de atribuição dos títulos de campeão nacional, sobretudo para evitar certas injustiças.
Não posso concordar, que um atleta que não competiu durante toda a época, depois apenas porque tinha lugar nos 16 que se inscreviam para o nacional, pudesse participar e vencer a prova (Campeão Nacional), sem ter um único ponto no ranking do circuito nacional.
Se a solução passa por atribuir o titulo ao mais regular da prova, que o seja, mas também poderia ter passado por uma pequena alteração no regulamento anterior:
##apenas poderiam participar no campeonato nacional, os 16 melhores do ranking inscritos para o nacional, desde que tivesse feito pelo menos 3 (três) provas a contar para o circuito nacional.##
Durante anos cometeram-se imensas injustiças assim, sobretudo nos escalões C e D. No entanto este novo regulamento está cheio de lacunas e incongruências. Por exemplo...quem vai ser o campeão nacional na categoria B? O 17º classificado do ranking??...neste caso vence o que tiver mais sorte e pontaria?? A prova chama-se circuito nacional! ou deveria chamar-se Campeonato Nacional, tal como eu a trato no meu blog? No ranking de não seniores depois da 5ª jornada aparece uma sexta que diz "campeonato nacional"!
Mas o regulamento não diz que o campeão nacional é pelo somatório dos pontos e que deixou de haver "campeonato nacional numa só prova"!??
Parece-me que tudo foi feito em cima do joelho...
Tenho bastante consideração por todos os elementos do Conselho Técnico e acredito que na próxima época, caso se comece a trabalhar já, algumas coisas se corrijam no sentido de agradar a todos...
Porque não fazer, tal como na maioria dos paises o Campeonato Nacional Individual em finais de Janeiro, não apenas com os 16, mas com todos os que se quizessem inscrever!
O circuito nacional continuaria, e os primeiros, tal como está no regulamento deviam ser premiados com o troféu respectivo...
Sobre a Taça de Portugal, tens toda a razão! Já existe uma denominada "Taça de Portugal" em Portugal. Agora passamos a ter duas...??? Penso, talcomo em tempos argumentei, não haver necessidade de mais esta prova, que foi "inventada", apenas para ocupar o espaço da prova do campeonato nacional.
Infelizmente cada vez somos menos as vozes sem fita adesiva na boca!
No entanto poderemos mandar umas ideias para o ar...
pode ser que algumas caiam para o lado das Caldas!!!!!!

Abraço

Anónimo disse...

Concordo plenamente com o teu texto, só vem dar-me razão de que é necessário parar imediatamente esta decisão e voltar atrás.

Ainda estamos bem a tempo de esta época haver ainda uma só prova para o Campeonato Nacional.

Para isso apenas bastará rever e alterar a actual forma do apuramento para a sua participação.

Também deverá acabar desde já com esta duplicação da Taça de Portugal.

Só espero que os dirigentes da FPB tenham o bom senso necessário para reflectirem e suspenderem a decisão de acabar com a realização dos diversos Campeonatos Nacionais como têm vindo a ser feitos desde sempre.

José Bento

Diamantino Ruivinho disse...

Quando a Direcção da Federação Portuguesa de Badminton decidiu alterar a forma de atribuir os títulos de Campeões Nacionais tomei a decisão de não me pronunciar sobre a questão, para que algumas vozes não viessem a dizer ou a pensar, que estaria a defender interesses particulares.

Sempre pensei que passada a época desportiva e apresentados os resultados fosse claro para todos o absurdo e a estupidez que foi a decisão da Direcção da Federação em alterar o apuramento dos títulos de Campeões Nacionais e acima de tudo, em retirar do calendário desportivo a prova em que se decidem esses títulos.

Pouco tenho a acrescentar no que já foi dito por todos aqueles que contestam a alteração e estou seguro, que o balanço a fazer no final da Época Desportiva, colocará a nu, os interesses que se moveram para produzir semelhante disparate.

Tem razão o José Bento nas reflexões que evidencia nos seus trabalhos sobre o assunto, tem razão, o João Boto em algumas apreciações que acrescenta ao tema, tem mais que razão, o Duarte Anjo, quando evidencia a tentativa de prejudicar os atletas da Madeira, ao que eu acrescento de prejudicar todos os atletas mais talentosos que temos na modalidade, apenas não tem razão, a Direcção da Federação, em ter tomado unilateralmente esta medida, sem ter a coragem de a ter submetido a um debate publico.

Diamantino Ruivinho

Anónimo disse...

Inicialmente não achei relevante a alteração de nomes dados aos títulos em disputa numa época de Badminton. As alterações de atribuição do título de campeão nacional ao atleta mais regular ao longo da época, em detrimento do momento de conquista que acontece num campeonato isolado num fim-de-semana, pode ter alguma lógica.

A actual denominação dos títulos vem premiar o melhor atleta, que estatisticamente ao longo do ano consegue juntar mais vitórias. A estatística permite corrigir resultados anómalos.

Um torneio isolado pode premiar um momento de sorte ou de melhor disposição de um atleta que se encontra num segundo posto, indo mais longe, se o favorito por exemplo, estiver lesionado naquela altura.

Sendo assim, o título ficaria melhor atribuído ao jogador que mais vezes conseguiu vitórias ao longo da época.

Mas, se nesta análise, se juntar-mos a assiduidade aos torneios, poderemos ter alterações à justeza dos resultados, envolvendo factores externos à técnica e à qualidade de jogo dos atletas de Badminton. As falhas de orçamento para disputar todas as provas, ou faltas por estar a disputar provas internacionais ou lesões são factores que podem distorcer os resultados dessa regularidade.

Para além disso, para se conseguir rotinar os jogos ao longo da época, e para poder derrotar a oposição, num torneio único e especial, essa regularidade de participação terá de existir.

Por tudo isto, também tenho de ser da opinião que o título de campeão nacional ganho num fim-de-semana, será o menos injusto para determinar o melhor jogador nacional. Vai premiar a técnica e jogo de Badminton dos atletas participantes. Quanto à sorte, diz-se que esta acompanha sempre os campeões.

Nesta minha opinião, também acho importante que a data do campeonato nacional no final da época é uma aberração, por obrigar os atletas a se esforçarem e treinarem ao máximo para disputar o campeonato na melhor forma, para logo a seguir pararem e irem de férias.

Não penso que seja uma boa prática de alta competição.

A meio da época, como era antigamente, seria o mais lógico, apesar de as classificações não estarem estabilizadas. Como participam os 16 melhores poder-se-ão esbater algumas injustiças que possam existir no ranking.

Tudo isto não passa de nomes e rótulos de títulos, mas realmente, na falta de relevância ao nº1 do ranking nacional, não era necessário alterar toda a rotulagem de títulos nacionais.

Há coisas bem mais importantes para trabalhar do que essa, como por exemplo, qual a visibilidade que esses títulos irão dar ao atleta após a sua conquista?

Um abraço

Jorge Azevedo (FBESR)

Anónimo disse...

Quanto a esta tua opinião da forma de atribuição dos titulos de campeão nacional, só posso estar 100% de acordo contigo.

É uma aberração esta nova forma de atribuição dos vários titulos nacionais.

Em qualquer modalidade individual, nunca se viu os campeões nacionais serem apurados ao longo do ano.

Os vários campeões europeus, mundiais, olimpicos também podem ou não ser os melhores atletas do mundo... visto estarem a disputar um campeonato especifico que vai apurar o campeão.

Cá em Portugal vamos dar o exemplo do ténis, ciclismo, squash, atletismo, ténis de mesa, judo, karaté, qualquer modalidade de combate e claro do nosso amado BADMINTON... em todas estas modalidades o apuramentos dos vários campeões nacionais são apurados numa competição especifica num fim de semana.

Agora esta alteração não lembra ao diabo, pois as verdadeiras razões para esta mudança eu desconheço... talvez tu me possas dizer porquê.

Certos aspectos posso concordar que possam ser alterados, tal como a existência de um nº minimo de participações ao longo do ano para se puder classificar para o nacional(para não existirem pessoas que só aparecem no nacional).

Outro aspecto a rever é o novo sistema de atribuição do campeão nacional, em que antigamente quem fosse mais regular era premiado pela FPB com outro tipo de louvores.

Mas também, por exemplo, o nosso atleta (Bruno Carvalho) ainda está à espera da sua "recompensa" de classificação no ranking final de à duas épocas atrás (teria direito a um torneio internacional).

Ou seja a quem esta medida vai ser positiva? A alguns clubes como disseste? À verdade desportiva? Não creio....

Já agora, fui também um da minoria que votou no blog do João Boto contra esta alteração.

Mas é somente a minha opinião.

Um bem haja para ti e continua o bom trabalho.

Luís Monge Dias.

Ricardo Fernandes disse...

Caro amigo José Bento!

Pelo facto de ter estado ligado durante muito anos (mais de 25 anos) à modalidade em Portugal e até ter tido a felicidade de diputar o tão "apetecido" e tradicional Campeonato Nacional várias vezes, na minha opinião, a decisão de acabar com esta competição foi um erro!

Sinceramente, tenho alguma dificuldade em encontrar um País Europeu em que não seja disputado o Campeonato Nacional de Badminton, embora, em alguns Paises, a prova possa ser designada de outra forma, como por exemplo em Espanha em que é chamado “Campeonatos de Espanha”, significando, no entanto, exactamente a mesma coisa!

Segundo sei, esta prova continua a existir na maioria dos Países Europeus, senão, mesmo, em todos (salvo erro!)! No caso dos Países mais desenvolvidos na modalidade na Europa tais como; Dinamarca, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Suécia a prova continua a existir com toda a certeza e até tem uma enorme e admirável tradição/expressão! Por isso, é para mim difícil compreender, porque, em Portugal ao contrário dos Países mais desenvolvidos na modalidade decidiram acabar com a”histórica” prova!

Obviamente, que algumas alterações deveriam e devem ser feitas (isso nunca esteve em causa), no entanto, essas alterações nunca deveriam passar por acabar com a prova mais importante do Badminton Português, na minha opinião!

Certamente, que a esmagadora maioria dos jogadores que tiveram a oportunidade de jogar essa prova, lamenta o final da mesma e provavelmente terá o mesmo sentimento e opinião que eu, pois, o Campeonato Nacional Individual sempre foi uma prova muito especial! No entanto, é natural e até saudável que existam outras opiniões e visões sobre esta matéria e há que respeitá-las como é óbvio!

É possível, que a intenção da FPB em ter tomado a tal medida de acabar com o Campeonato Nacional, tenha tido com principal objectivo “obrigar” o maior nº de jogadores possível a participarem no maior nº de mais provas possíveis a contar para o ranking nacional, em virtude da quebra do índice de participação por parte dos jogadores de Elites nos últimos anos.

A introdução nos regulamentos de uma regra que “obrigue” os jogadores a participarem num número mínimo de provas a contar para o ranking nacional (ex: Em 6 provas uma participação mínima em 4provas) para que os jogadores possam participar no Campeonato Nacional Individual, provavelmente, poderia vir a ser uma boa opção!

Por outro lado, a atribuição por parte da Federação Portuguesa de Badminton de um prémio (monetário ou não) no final de cada época ao nº1 e mesmo nº2 do ranking nacional, um pouco à semelhança do que acontecia com o campeão e vice-campeão nacional, seria muito possivelmente outra boa ideia! Esta medida, poderia dar um maior impacto e valorizar mais a conquista da posição de nº1 do ranking nacional.

Para finalizar, é óbvio que concordo na generalidade com a opinião do José Bento e por isso espero que haja o bom senso de “devolver” o Campeonato Nacional ao calendário de provas do Badminton Português, obviamente, com as devidas alterações que na minha opinião devem ser introduzidas.

Um grande abraço,

Ricardo Fernandes