linhasefinas

Acompanhe aqui as noticias mais significativas sobre badminton

Leia tudo numa só página, as "noticias" e os "cartoons". Participe...enviando-nos noticias de badminton da sua Região, Clube ou Associação, que estas serão publicadas para uma maior divulgação da modalidade. e-mail : linha.boto@gmail.com

Há notícias que só no maior jornal de badminton
de Portugal se podem ler....


Última Hora

terça-feira, 24 de março de 2009

Torneios do Circuito Nacional na Madeira - Polémica ou Salutar Discussão ? Opinião de José Bento

José Bento escreveu recentemente um artigo de opinião no seu blog. Achei importante partilhar com os meus leitores este ponto de vista de alguém com 1/2 século ligado ao Badminton. Faço a transcrição integral do texto escrito por José Bento:

Verificou-se recentemente uma troca de opiniões relacionadas com a realização dos Torneios do Circuito Nacional (Não Seniores e Seniores) na Madeira. Finalmente parece que começa agora a haver uma nova fase na utilização dos blogues. Finalmente começam a surgir opiniões de outras pessoas não habituais a participar nos blogues.Finalmente as pessoas começam a compreender que devem manifestar-se sempre que tenham uma opinião não só quando discordam (e por isso há quem os apelide de “malandros da modalidade” ) mas igualmente quando acham que devem apresentar os seus argumentos e defender uma determinada posição. A divulgação de posições contraditórias nos diversos blogues e sobre qualquer tema só vem ajudar a que outros também queiram manifestar novos pontos de vista sobre o assunto. Quem vem a ganhar ou a perder com isso ? A perder, penso que ninguém, pois quem tem uma opinião formada não deixa de a ter pelo facto de a transmitir ao exterior (até eventualmente a poder mudar em face da opinião dos outros) e a identificá-la com o seu nome (coisa que infelizmente muitos ligados à modalidade ainda não o fazem mostrando por isso uma cobardia e tornando-se indesejáveis no nosso Badminton). A ganhar, acima de tudo, fica o nosso Badminton. Ninguém é dono absoluto da verdade e sabendo ouvir a opinião dos outros leva a optimizar a nossa posição. A maior parte das vezes as nossas críticas surgem incompletas ou menos justas pelo simples facto de não conhecermos as razões dos outros, embora estes por vezes também não as queiram divulgar e apresentar com clareza, receando precisamente qualquer contestação. Sempre fui da opinião que devemos, especialmente quem está a actuar como dirigente da modalidade, prestar todas as explicações e informações das suas posições, não temendo qualquer crítica. Com esta introdução aproveito desde já para manifestar a minha satisfação por ler a opinião de dois dirigentes importantes da modalidade, por sinal em simultâneo e provenientes da mesma região, neste caso a da Madeira. São eles o Dr. Horácio Gouveia, presidente da ABRAM – Associação de Badminton da Região Autónoma da Madeira e recentemente eleito Presidente da Assembleia Geral da Federação e o Cosme Berenguer, presidente da Direcção da APTB – Associação Portuguesa de Treinadores de Badminton.É altura então de manifestar a minha opinião sobre o assunto.
Deve ou não uma prova do Circuito Nacional ser realizada na Madeira ? O Circuito Nacional de Não Seniores ou de Seniores, composto por 6 provas e realizadas habitualmente em zonas diferenciadas do continente, já tem provocado algumas reacções, por vezes por se realizarem mais vezes em determinados locais em detrimento de outros, noutras alturas por se efectuarem por exemplo no Norte ou no Algarve, locais mais afastados provocando despesas maiores aos participantes dos locais opostos e agora por serem realizadas fora do continente, precisamente no Funchal, obrigando os atletas do continente a terem despesas mais elevadas para poderem participar. Há quem diga que, com esta última situação, está a ser retirada aos atletas mais uma oportunidade de competirem, considerando que este torneio de não seniores não passa de um torneio regional com alguns atletas “mais ricos” do continente. Anteriormente já tive oportunidade de me expressar no meu blogue defendendo que, havendo 6 provas, deverão estas ser distribuídas por locais estrategicamente colocados de forma a contemplar todos os atletas e zonas onde se encontrem. Assim, havendo felizmente atletas desde Famalicão até Albufeira, há a possibilidade de se fazer um torneio no Algarve e outro no Norte do país. Restando 4 torneios dá precisamente para os realizar dois deles mais no centro do país e porque não outro na Madeira, até porque lá se encontra actualmente o segundo maior número de atletas filiados (252). E defendo ainda mais, no caso concreto dos não seniores. Porque não um torneio em São Miguel ?Pelos números existentes verifica-se que a ABSM – Associação de Badminton de São Miguel tem filiados 274 atletas e presumo que grande parte não seniores. Isto partindo do princípio que todos merecem a mesma atenção por parte da Federação.
O outro lado da questão é a realidade do nosso Badminton e a incompreensível situação em que a modalidade se encontra, verificando-se assimetrias de todo o tipo, das quais destaco:
1-A Associação da Madeira e os seus clubes têm subsídios próprios que lhes permite deslocar-se ao continente várias vezes por época.
2-As Associações do Continente e a maior parte dos seus clubes filiados não têm o mínimo de condições para fazer deslocações dentro do continente (todos sabem que quando há um torneio no Algarve dificilmente os atletas do Norte participam e vice versa) quanto mais para se deslocarem à Madeira ou aos Açores.
3-No entanto na Madeira existem 252 atletas filados e nos Açores, 274, justificando por estes números a realização de uma das provas na sua região, tal como no Norte ou no Algarve têm todo o direito de ter provas realizadas na sua zona.
4-O actual sistema competitivo encontra-se “coxo” e em muitas zonas do continente um atleta só tem a possibilidade de participar nos torneios do Circuito Nacional, pois a Federação e a sua estrutura não realiza os torneios regionais e os torneios zonais que completariam verdadeiramente um conjunto de provas, o que permitiria aos clubes dividir os seus atletas consoante o seu valor e levá-los a participar, também de acordo com as suas disponibilidades económicas, aos diversos tipos de torneios que deveriam existir.
5-Assim nos 6 Torneios do Circuito Nacional deveriam especialmente participar os melhores atletas enquanto os mais fracos participariam em torneios regionais e zonais.
6-Desta forma deixava de ser encarada a “necessidade” de levar “todos” os atletas às 6 provas do Circuito e alguns argumentos passariam a ser substancialmente diferentes.
7-Uma das possibilidades para resolver esta situação seria a Federação atribuir um subsídio especial a alguns dos melhores atletas do continente para se deslocarem às Ilhas, o que iria trazer bastantes problemas (económicos, de organização e de controlo).
8-Outra possibilidade seria a de alargar de 6 para 8 provas o Circuito Nacional de forma a compensar os atletas do continente que não teriam possibilidade de ir às Ilhas reduzindo-lhes a participação para apenas 4 torneios, mas prejudicando os atletas das Ilhas em se deslocarem mais duas vezes ao continente agravando o que já se passa actualmente e aumentando as suas despesas.
Só por estas razões e haveria muitas mais a ser consideradas se justifica, no meu entender, a urgente necessidade de completar e rever o actual sistema competitivo português. Já para não falar na triste situação que são os actuais campeonatos de equipas dos vários escalões, com um número ridículo de inscrições. E onde, nos seniores, se verifica que cada vez mais os clubes da Madeira estão a utilizar atletas que se encontram a viver no continente, o que, dado possuírem condições económicas substancialmente superiores à grande maioria dos clubes do continente, conseguem oferecer condições bem melhores para que esses bons atletas passem a filiar-se nos seus clubes, em vez de nos clubes e locais onde residem e até treinam. Outro aspecto e talvez um dos mais importantes e que não vi ainda apresentado é o da (não) participação de maior número de atletas da Madeira precisamente no Torneio que agora vai ser lá disputado. Pelos poucos números a que temos acesso podemos ver que de um total de 252 jogadores (não se sabe quantos são não seniores) apenas 95 se inscreveram no “seu” Campeonato. E todos os outros porque não se inscreveram? Porque embora se encontrem filiados na FPB não têm o mínimo de condições para entrar neste tipo de torneios? Ou porque não têm o mínimo interesse em participar num torneio de nível elevado, quando felizmente têm mais torneios regionais que a sua Associação Regional organiza? Aproveito para apresentar uma comparação de atletas inscritos nos dois últimos Campeonatos do Circuito para Não Seniores utilizando precisamente os deste torneio e o do Algarve onde se sabe à partida que não se inscrevem muitos atletas. Assim, utilizando a nomenclatura, tantas vezes salientada e divulgada pelo Prof. Fernando Gouveia para a “Regionalização do Badminton”, com as “suas” zonas (fixas) para todos os escalões e categorias (será que apadrinhando uma semelhante posição da Federação a qual não é transmitida infelizmente ?) temos:
Total de inscrições: Algarve: 238 (134 M e 104 F) Madeira: 132 (84 M e 48 F)

Zona 1 : Algarve: 39 ; Madeira: 0
Zona 2 : Algarve: 32 ; Madeira: 3
Zona 3 : Algarve: 72 ; Madeira: 21
Zona 4 : Algarve: 76 ; Madeira: 14
Zona 5 : Algarve: 0 ; Madeira: 0
Zona 6 : Algarve: 19 ; Madeira: 95

Muito superficialmente alguns reparos: Menos de metade das inscrições se registaram na Madeira comparativamente com as do Algarve foi a resposta global do Badminton do Continente. Nas provas realizadas nos respectivos locais verifica-se que no Algarve participaram 76 atletas da sua zona e na Madeira participaram 95 dos seus atletas o que para o número total de filiados em cada uma das duas zonas se constata um número bastante reduzido de jogadores filiados pela Madeira na participação nos “seus” Campeonatos.Como situação bem demonstrativa desta não adesão à participação no Torneio da Madeira temos a zona Norte que levou 39 atletas ao Sul do País no Torneio do Algarve e agora nem um à Madeira. Também é muito estranho o que se verifica nos Açores, mais propriamente em S. Miguel. Existem 274 atletas filiados, no total, e partindo do princípio que a maioria são não seniores, constata-se que não há um único atleta inscrito nem na prova do Algarve nem na da Madeira. Novas perguntas surgem por isso. Será que o número elevado dos atletas dos Açores não têm o mínimo de qualidade para participar nestas provas? Será por falta de condições económicas que não se deslocam para fora da Ilha de São Miguel? Há decerto razões para todas as dúvidas aqui colocadas. Concluindo e resumindo: Tudo o que se verificou com a realização destes Campeonatos na Madeira merece no mínimo uma reflexão por parte de toda a estrutura da modalidade. Com muito diálogo e participação global aparecerão decerto as melhores soluções para melhorar esta situação e que, no futuro, o sistema competitivo possa satisfazer convenientemente o maior número de atletas e clubes de Badminton, quer eles sejam do continente ou das ilhas. Haveria decerto muito menos interrogações se os dirigentes associativos e federativos e muitos dos que se encontram mais ligados à modalidade dessem mais informações e esclarecimentos e manifestassem as suas opiniões nos diversos blogues existentes. Com mais informação e troca de ideias surgiriam decerto igualmente melhores soluções para outros problemas que a modalidade tem, no fundo para toda a gestão da modalidade. Aplaudo sinceramente e de novo as intervenções proferidas pelo Dr. Horácio Gouveia e Cosme Berenguer para que brevemente se pronunciem também sobre outros temas bem importantes da modalidade. Pelo facto das suas situações actuais, enquanto dirigentes, o Dr. Horácio Gouveia (como presidente da ABRAM e da AG da FPB) poderia apresentar as suas ideias relativamente ao estado actual e futuro da modalidade e especialmente sobre a sua Associação Regional e a possibilidade de a estrutura do Badminton passar a ser substituída por Associações Zonais e o Cosme Berenguer (como presidente da Direcção da APTB) poderia pronunciar-se sobre esta sua Associação de Classe, a de Treinadores de Badminton, que embora criada há já algum tempo ninguém tem conhecimento da sua actividade (se é que a tem) sabendo-se apenas que se faz representar regularmente nas Assembleias Gerais da Federação apresentando os votos a que tem (?) direito. Que a atitude destes dois dirigentes em prestarem as suas opiniões no Blogue do João Boto seja seguida por outros elementos com igualmente responsabilidades no panorama do Badminton nacional, são os meus sinceros votos em prol do desenvolvimento da modalidade. Este meu blogue (http://josebento00.blogspot.com) encontra-se igualmente ao dispor destes e demais elementos que decerto também gostariam de ver o Badminton num plano bem melhor do que o actual.
José Bento

9 comentários:

Anónimo disse...

O seu artigo exalta à divisão do País (que não sei se sabe a Madeira faz parte do todo Nacional)
foi das provas mais bem organizada que tenho visto.
Portanto sem comentários

Anónimo disse...

Tenho sido um seguidor esporádico de alguns dos Blogs Nacionais. Desta vez e por um mero acaso, li com atenção o que escreveu o Sr. José Bento.
Não tenho por hábito comentar o que quer que seja, até porque estamos ainda numa fase de “estudo” do Badminton Nacional, e, como os mais atentos sabem, o Badminton em São Miguel existe apenas há três anos e meio.
Ainda não foram concluídas as três grandes linhas orientadoras traçadas pela ABSM:
Divulgação/Promoção (já que nos Açores o Badminton é ainda visto com desconfiança, alimentada por várias gerações de pessoas mal informadas e pela inexistência de uma leccionação de qualidade nas escolas, não por culpa dos colegas de Educação Física, mas pelos currículos das Universidades, que nunca os preparou para uma das modalidades com mais fácil adesão por parte dos alunos);
Condições Materiais (foram pintados mais de 80 campos de Badminton em 17 das 18 escolas básicas e secundárias de São Miguel e proporcionado um sistema fácil de montagem de redes, bem como incentivo à compra de material de qualidade, o que levou ao aumento exponencial do número de aulas de Badminton);
Formação (vários Cursos de Treinadores destinados essencialmente aos professores de Educação Física, com a perspectiva de, a médio prazo, ter dado a 90% dos professores da ilha condições para que o Badminton seja leccionado com qualidade).
Temos que conhecer as especificidades de cada região para perceber o porquê de ter-se dado tanta importância às directrizes da ABSM.
Comecemos por um programa designado “Escolinhas do Desporto”.
As Escolinhas do Desporto são destinadas a alunos de qualquer escola do primeiro ciclo até aos 12 anos de idade.
Qualquer professor do primeiro ciclo ou de Educação Física pode candidatar-se a abrir um núcleo da modalidade que entender, usufruindo de um Contrato-Programa que varia entre 425 ou 750 euros anuais por núcleo, desde que cumpram respectivamente 1 ou 2 treinos semanais de apenas 45 minutos cada e participem num convívio mensal da modalidade, organizado pela Associação.
Um professor pode candidatar-se a 2, 3 ou até 4 núcleos, desde que consigam conciliar as suas profissões com os treinos.
Cada núcleo tem que ter um mínimo de 10 inscritos, sendo que, o alunos a partir dos 8 anos têm que ser obrigatoriamente federados, sob pena de entrar em incumprimento do Contrato-Programa.
Como vêm, há incentivos para que as modalidades avancem.
As Escolinhas do Desporto acabam por ser a forma incentivar futuros atletas a prosseguir a sua formação Desportiva, pelo que, cada Associação, tenta angariar o maior número de núcleos possível, apesar de saber que não terão grande qualidade inicial, dadas as condições de trabalho, o número de treinos e horas semanais e as qualificações dos professores do primeiro ciclo para o ensino do Badminton.
O passo seguinte são os núcleos competitivos.
Aí, os Contratos-Programa são obrigatoriamente celebrados com Treinadores com o Curso de Nível 1, que usufruem entre 1000 e 2200 euros anuais por núcleo.
Ora, se inicialmente não havia treinadores de nível 1 em São Miguel, não seria possível ter núcleos, logo, não teríamos atletas. Daí a necessidade premente de organizar Cursos de Treinadores, já que nenhum professor de Educação Física obtém directamente o nível um, como acontece com outras modalidades.
Os núcleos competitivos são igualmente de 10 atletas, com obrigatoriedade de federá-los.
A grande maioria dos interessados fá-lo para usufruir das verbas disponibilizadas através dos Contratos-Programa e, muito poucos, acrescentam qualidade aos seus treinos, não por quererem, mas por terem dificuldades inerentes a quem nunca teve um contacto periódico com o Badminton, apresentando carências no ensino das técnicas, das pegas, dos deslocamentos, etc.

Foi referido o facto de ainda não termos participado em provas de âmbito Nacional.

Como devem calcular, mediante as circunstâncias, ainda não existe qualidade para podermos aparecer no Circuito Nacional.
Por outro lado, o financiamento da Direcção Regional do Desporto para as deslocações ao Continente e Madeira apenas contemplam atletas a partir dos Sub-15, que não vai de encontro às nossas pretensões, já que preferimos iniciar nos sub-11, para que os atletas usufruam de um percurso completo e compitam desde cedo a outro nível. Se isso acontecer apenas nos Sub-15, corremos o risco de nunca chegar ao nível desejado.
Mesmo assim, na próxima época teremos um atleta Sub-15 Masculino a participar no Circuito Nacional.

Certamente demoraremos algum tempo até que seja possível deslocarmo-nos com regularidade e com vários atletas às provas nacionais.

Os muitos federados que a ABSM tem, são fruto da conjuntura regional, como foi explicado acima, mas que, ainda não se pode traduzir em qualidade.
Esperamos que o trabalho desenvolvido permita trazer também qualidade a médio prazo.
Ninguém mais do que nós o deseja.

Rui Costa

Anónimo disse...

Peço ao Prof. Rui Costa o favor de me esclarecer sobre:
1 - os contratos programa das Escolinhas do Desporto são assinados e pagos por quem? e os dos núcleos competitivos?
2 - que razões explicam o facto de os alunos terem de ser obrigatoriamente federados, se os mesmos não vão participar em competições para atletas federados?
3 - de quanto é o financiamento da Direcção Regional do Desporto para as deslocações ao Continente e Madeira? há limites do nº de atletas a deslocar? que despesas de deslocação são financiadas?

Grato pelos seus esclarecimentos.
Augusto Ínsua Pereira - Académica de Espinho

Anónimo disse...

Exº Senhor José Bento:

Começo por lhe dizer, que, quanto à nova fase de utilização dos blogues deveria V.Exª, ouvir um colega comum da nossa modalidade, sobre o tema “emails e blogues” procedimentos à muito tempo utilizados em instituições publicas e privadas de grande dimensão.
Esta nova fase proporciona (para a maioria do cidadão comum) uma rápida resposta, muitas vezes (a “quente”) sem a devida ponderação sobre o tema em causa, ou até, na maioria dos casos, com um desconhecimento total das realidades especificas que abordam, do mesmo modo que, muitas vezes, quem lê, interpreta logicamente à sua maneira e de acordo com a sua leitura, que nem sempre era a pretendida de quem escreveu.
Entrando propriamente no seu artigo, começo por dizer, que mesmo com o respeito e consideração que tenho por si, faz afirmações completamente destorcidas da verdade, desde logo no numero de atletas federados da nossa Associação que, desde (para não ir mais atrás) 2001/2003 tem tido, até ao momento, uma média de 350 atletas inscritos, sendo o ultimo ano com dados apurados oficialmente, fácil de se comprovar através do site do IDRAM, 2007/2008 (porque a época ainda não acabou) no qual a ABRAM teve 345 atletas inscritos!!! Em falta estão 93 atletas federados… Só este pequeno detalhe classifica o conteúdo e objectivo da sua intervenção. Infelizmente, ao fim de todos estes anos custa-lhe não reconhecer o trabalho desenvolvido na RAM, pela nossa modalidade.
Mas não fica só por aqui, continua o seu artigo a querer comparar realidades completamente diferentes, Madeira e Açores, este ultimo num processo de desenvolvimento próprio adequado à sua especificidade muito diferente do da Madeira.
Tenho a certeza que irão atingir os seus objectivos desportivos e portanto é completamente descabida a questão que coloca da realização de um torneio Nacional nos Açores nesta fase do seu desenvolvimento, porque na Madeira, ao longo dos muitos anos de desenvolvimento da modalidade (lá vão mais de 35 anos!) jamais foi reivindicado um torneio Nacional na Região.
Fizemo-lo sim, ao fim de muitos anos e com o apoio de todos clubes, mas já com provas dadas relativamente ao nosso valor competitivo. Aqui entra novamente uma velha questão, a dos apoios oficiais, através de contratos-programa com Governo Regional, também referenciado por V.Exª. mas sem o rigor da verdade: Esse apoio está definido e tem critérios em que só os dois atletas melhores classificados de cada escalão, a partir dos sub 13, nos nossos torneios de apuramento, têm o apoio nas passagens aéreas, sendo as demais despesas de deslocação da responsabilidade dos Clubes. Nos sub 11, não existem as mesmas oportunidades, em poderem alcançar títulos Nacionais. Alguém questiona esta situação ou propõe um apoio da FPB, aos Clubes da RAM?
Como estamos a falar para os amantes da nossa modalidade, é fácil perceber que ficam muitos atletas da Madeira fora do circuito Nacional Português em todos os escalões, com hipóteses de discutirem os primeiros lugares no Ranking Nacional e, quem sabe, até de virem a ser campeões Nacionais. Alguém se preocupa com esta situação? É o preço da nossa identidade insular, que a ABRAM soube aproveitar organizando um calendário Regional, com vários provas de características e patamares diferentes, que permitem a prática desportiva da modalidade a vários níveis competitivos.
Infelizmente V.Exª e muitos outros, continuam a achar que os resultados desportivos alcançados pela RAM, são unicamente devido ao apoio oficial, devidamente definido e com critérios e exigência elevados, não só nos objectivos desportivos, como nos procedimentos contabilísticos exigidos aos clubes e às Associações. Nunca pelo empenho, dedicação, e formação dos agentes ligados à modalidade, ou pela forma como o badminton é acarinhado na Madeira, por quantos o apoiam (IDRAM/ABRAM/CLUBES/C. SOCIAL DESPORTIVA e ENTIDADES PRIVADAS).
No ponto 8 do seu artigo, diz V.EXª e passo a citar “pelos poucos números a que temos acesso podemos verificar que de um total de 252 (mentira) (não se sabe ao certo quantos não seniores) apenas 95 se inscreveram no “seu” Campeonato….” Esta insinuação, é mais grave porque manifesta por parte de V.Exª, um desconhecimento ainda maior da nossa realidade: Está no site da Associação, ao pormenor, a demografia federada desde 1998, ao contrário das “associações” que por aí andam; os Clubes só inscreveram e bem os 95 atletas, porque ao contrário do que é feito nos Torneios do Circuito Nacional, não levamos atletas sem as condições mínimas de estarem numa prova do circuito Nacional, limitando o numero de inscrições. Ao contrário do que V.Exª maliciosamente escreve de “seu Campeonato”, estes atletas participam nos nossos torneios abertos há muito tempo facto que muito tem contribuído para a nossa evolução e para mantermos sempre um bom nível na formação.
Não cabe a V.Exª, mas sim aos Clubes da Madeira, questionar se este é ou não o melhor modelo para a nossa Região e, principalmente, se devemos ou não participar num Torneio do Circuito Nacional com os atletas na fase inicial dos escalões de formação.
Quanto à resposta global do Badminton do Continente, (palavras de V.Exª) ao 6 Torneio do Circuito Nacional de Não Seniores realizado numa Região de Portugal, fique V.Exª e seus pares a saber, que a Madeira, através da ABRAM e com o apoio total de todos os seus filiados, não vai baixar os braços perante esta afronta discriminatória, dos nossos legítimos direitos, conquistados pelo reconhecimento do nosso trabalho e não pela mesquinhice de pormenores que delicia os amantes destes espaços, mas que nada de novo ou positivo trazem à modalidade.
Para terminar e relativamente ao modelo competitivo a aplicar, defendo um quadro idêntico ao da Madeira, em que os melhores atletas das Regiões a definir, participem num Circuito Nacional de cada escalão.
Aumentava a competitividade entre as Regiões, criavam-se incentivos naturais aos próprios atletas/Clubes, já que todos gostam de representar a sua Região, tornando-se as provas Nacionais mais competitivas e de maior qualidade, reduzindo-se custos aos Clubes e atletas e, fundamentalmente, poderia estar aqui uma solução para o apoio à participação dos melhores atletas de cada Região do Pais, nos futuros Torneios do Circuito Nacional a terem lugar nas Regiões Autónomas.

Cumprimentos
Duarte Anjo

Anónimo disse...

Em resposta ao meu artigo de Opinião "Polémica ou Salutar Discussão" que o João Boto teve a gentileza de colocar no seu blogue foram publicados alguns comentários, o que me apraz registar, pois assim se justificam as vantagens de existência dos diversos blogues ligados à modalidade e me regozija por o seu conteúdo "espevitar" o Badminton e merecer observações de vários (podiam e deviam ser muitos mais) colaboradores.

Infelizmente um dos comentários dirigidos directamente à minha pessoa, não foi enviado para o meu blogue mas para o dele, o que em nada altera a grande vantagem de se ter uma "Salutar Discussão".

Este comentário foi-me dirigido pelo Sr. Duarte Anjo e tem merecido uma "Salutar Discussão" entre nós e por achar que esta troca de opiniões servirá de exemplo para o que de bom e menos bom deve ser a intervenção de todos nós nos diversos blogues sobre a modalidade aqui reproduzo e simultâneamente envio para publicação no blogue do João Boto dado que foi lá que ele surgiu.
Em primeiro lugar quero sugerir-te que nos continuemos a tratar por tu, coisa que já faço há muitos anos, dos tempos em que eu era seleccionador nacional e tu um dos atletas por mim convocados para os treinos da Selecção Nacional portuguesa, em vez de me tratares agora e pela primeira vez, de V. Exa., e no lugar de Exmo. Sr., apenas por José Bento.

É assim que gosto que todos me tratem apesar de podermos ter porventura opiniões contraditórias sobre qualquer tema.

E esta nossa divergência não implica, a meu ver, uma mudança de tratamento.

Também te peço para não teres qualquer problema, mesmo tendo opiniões diferentes das minhas, em me escreveres directamente para o meu mail que conheces bem pois já o utilizaste para me mandares as notícias sobre os bons resultados que o teu filho brilhantemente tem conseguido na modalidade.

Todos os mails que recebi até hoje com comentários ou quaisquer posições sobre Badminton, sempre que assinados, foram por mim publicados no meu blogue, coisa que eu infelizmente já não posso dizer sobre outros blogues.

Por isso fica à vontade para o fazeres futuramente assim como qualquer outro elemento que goste de participar as suas opiniões (infelizmente muitos preferem manter-se em silêncio do que apresentarem as suas ideias).

Todos sabem que o poderão fazer para:

josebento@netcabo.pt

O título do meu artigo começa a ter justificação:

Torneios do Circuito Nacional na Madeira - Polémica ou Salutar Discussão ?

Prefiro, como é obvio, considerá-lo uma “Salutar Discussão”.

E é de aplaudir a presença de pessoas ligadas à modalidade nos blogues a manifestarem os seus argumentos e criticando as opiniões que outros anteriormente fizeram.

Para já ficamos a saber mais informações sobre o que se passa na modalidade e evita igualmente que emitamos por vezes opiniões imperfeitas ou incorrectas.

Um caso recente e que tem a ver com a minha posição inicial de achar que devia ser atribuído aos Açores uma prova do Circuito Nacional de Não Seniores pela existência de um número elevado de atletas federados em S. Miguel, fica agora, após a informação prestada sobre a realidade dos Açores, sem justificação para a continuar a defender.

No entanto e dado o trabalho que lá se está a desenvolver irá justificar oportunamente a inclusão de uma prova nos Açores no Circuito, num futuro próximo.

Assim é muito bom que se prestem cada vez mais informações e opiniões sobre o que vai passando com a modalidade permitindo que as decisões tomadas pelos respectivos dirigentes seja cada vez mais correcta.

Sobre a minha defesa na realização de uma prova do Circuito Nacional de Não Seniores na Madeira (houve várias pessoas que não a defenderam) teve a ver com o facto de existirem muitos atletas federados e terem um direito idêntico a uma qualquer região do continente igualmente com um número de atletas que o justifique.

Quanto ao teu trabalho na Associação Regional da Madeira já tive o prazer de te manifestar pessoalmente e de o transmitir a outras pessoas ligadas à modalidade que o considero muito valioso e em especial na forma como conseguiste unir todos os técnicos em prol de um trabalho de valorização do Badminton na Madeira e não só.

Por estas razões e aceitando perfeitamente que penses de forma diferente da minha, não percebi, nem compreendo, o tom agressivo do teu comentário que me diriges através do blogue do João Boto.

Utilizando então a “Salutar Discussão” aqui ficam os meus argumentos contraditórios sobre a tua resposta ao meu artigo:

1-Concordo inteiramente que os blogues são úteis mas também têm contras e que “uma rápida resposta, muitas vezes (a “quente”) sem a devida ponderação sobre o tema em causa, ou até, na maioria dos casos, com um desconhecimento total das realidades especificas que abordam, do mesmo modo que, muitas vezes, quem lê, interpreta logicamente à sua maneira e de acordo com a sua leitura, que nem sempre era a pretendida de quem escreveu”.

De facto deve ter sido exactamente o que aconteceu para escreveres a tua legítima opinião num tom perfeitamente despropositado considerando-me como um “mentiroso”, um “vilão” ou um “usurpador” dos direitos madeirenses, apesar de ter apoiado, repito, a realização deste torneio para a Madeira.

2-As minhas afirmações NÃO SÃO “completamente destorcidas da verdade, desde logo no numero de atletas federados da nossa Associação que, desde (para não ir mais atrás) 2001/2003 tem tido, até ao momento, uma média de 350 atletas inscritos, sendo o ultimo ano com dados apurados oficialmente, fácil de se comprovar através do site do IDRAM, 2007/2008 (porque a época ainda não acabou) no qual a ABRAM teve 345 atletas inscritos!!! Em falta estão 93 atletas federados… Só este pequeno detalhe classifica o conteúdo e objectivo da sua intervenção. Infelizmente, ao fim de todos estes anos custa-lhe não reconhecer o trabalho desenvolvido na RAM, pela nossa modalidade”.

O número de 252 atletas federados na Madeira não foi por mim inventado mas sim retirado do site da Federação, na rubrica “Novidades”, em 3/3/2009, com a informação de 27/2/2009 e relativa à Assembleia Geral da FPB que se vai realizar em 28 deste mês, juntamente com a indicação de haver nessa data igualmente 9 clubes filiados.

Por isso NÃO FALTEI À VERDADE.

Não quero sequer admitir que, para uma acto desta importância, os serviços da FPB possam ter retirado os 93 atletas federados que dizes “Em falta”.

A admitir como “possivelmente incorrectos” talvez o número de 64 treinadores associados na APTB ou os 26 Árbitros/Juízes associados na APJAB, mas já quanto a jogadores e clubes não me parece provável que haja erro dos serviços federativos.

Por isso NÃO ACEITO “Só este pequeno detalhe classifica o conteúdo e objectivo da sua intervenção “.

3-REPUDIO TOTALMENTE que “Infelizmente, ao fim de todos estes anos custa-lhe não reconhecer o trabalho desenvolvido na RAM, pela nossa modalidade”.

De facto e para além de nunca ter feito essa afirmação a ninguém, reconheço o que têm efectuado pelo Badminton e muitas vezes tenho referido a realização dos diversos Campeonatos Regionais como exemplo para outras Associações que não o fazem.

A situação é tão indesmentível que penso, não só eu, mas todos quantos estão ligados à modalidade, que a Região da Madeira é a principal zona de prática da modalidade e com resultados que a vem tornando a base do Badminton em Portugal, havendo até muitos que se admiram de a Madeira não querer ou dever ter elementos seus na Direcção da FPB.

Desse modo poderiam talvez conseguir implementar uma forma de gestão utilizando métodos semelhantes aos da região da Madeira e que pudessem ser aplicados noutras regiões de Portugal tornando a modalidade muito mais desenvolvida.

4-Quanto à Madeira e aos Açores e a “querer comparar realidades completamente diferentes, Madeira e Açores, este ultimo num processo de desenvolvimento próprio adequado à sua especificidade muito diferente do da Madeira” já me referi anteriormente à informação agora recebida pela intervenção do Sr. Rui Costa e que me leva a mudar a opinião inicial de se realizar, para já, um torneio do Circuito.

Já sobre a afirmação ”... porque na Madeira, ao longo dos muitos anos de desenvolvimento da modalidade (lá vão mais de 35 anos!) jamais foi reivindicado um torneio Nacional na Região” me parece que não é com “reivindicações” que uma região consegue levar para a sua zona um determinado campeonato, nem as diversas Direcções da FPB decerto se sentiriam pressionadas “com reivindicações” de qualquer zona.

O trabalho realizado por qualquer região deveria merecer e penso que, de um modo geral, isso tem acontecido, a motivação para que os dirigentes federativos decidam a realização dos diversos torneios tendo em atenção precisamente a sua localização e o número de atletas federados nesses locais sem necessidade de qualquer “reivindicação” ou “pressão”.

Haveria decerto direito a muito mais “reivindicações”, embora a palavra me pareça desnecessária e imprópria, por parte de outras Associações que bem mereceriam um maior apoio dos dirigentes da modalidade e não o têm tido, o que as impede de realizar as tarefas devidas.

5-Quanto a “apoios oficiais, através de contratos-programa com Governo Regional, também referenciado por V.Exª. mas sem o rigor da verdade:” apenas digo o que muitos elementos ligados à modalidade o dizem:

A Região da Madeira tem sido uma previlegiada, nomeadamente no Badminton, pois tem felizmente uma Associação Regional e Clubes que recebem subsídios que lhes permite fazer um bom trabalho e apresentar resultados.

Já o mesmo não se verifica na maioria das regiões do país onde as suas Associações Regionais e Clubes recebem verbas insignificantes.

Onde estão por exemplo os valores necessários para a maioria dos clubes de Badminton poderem pagar a treinadores ?

E onde param as verbas para as Associações regionais poderem pagar aos seus funcionários ?

Nem dinheiro têm para tirar fotocópias e enviá-las aos seus Clubes !

Os elementos da Madeira deveriam tentar informar-se e saber melhor as condições que os jogadores, clubes e Associações existentes no continente têm para depois as comparar com as da Madeira e assim poderem fazer então os seus comentários.

Teria alguma lógica que a FPB ainda tivesse de atribuir mais subsídios, para além dos que já recebe do Governo Regional, para despesas de deslocação de atletas da Madeira às provas realizadas no continente?

Se há atletas da Madeira que não têm possibilidades de competir no continente por falta de condições o que dizer de muitos atletas do continente que também não podem participar noutras provas efectuadas igualmente no continente ?

Felizmente na Madeira os atletas ainda vão tendo possibilidade de participar em provas regionais mas a maioria dos jogadores do continente nem isso podem, pois as associações e seus clubes não têm o mínimo de condições económicas para as realizar.

Mas que fique bem claro que todas estas minhas observações não pretendem desvalorizar o trabalho realizado na Madeira, como parece que os seus elementos a ela ligada, manifestam por vezes de forma “vitimista”.

Tomara eu e todos quantos gostamos da modalidade que no continente se tivesse as mesmas condições económicas e se pudesse efectuar um trabalho idêntico ao efectuado na Madeira.

Não tenho “ciúmes” das condições que o Badminton da Madeira recebe das entidades oficiais, tenho é “pena” que quem manda no Desporto Português não possa interpretar toda esta assimetria dos valores atribuídos a Associações do continente e Associações das Ilhas e resolva apresentar soluções equitativas para todo o Portugal, aliás ambição muitas vezes referida por quem está na Madeira dizendo que esta Ilha pertence a Portugal.

Claro que pertence, mas todo o Portugal merece ter as mesmas condições e no Badminton isso não acontece infelizmente.

Em vez destas crónicas “lamúrias” dos que estão no continente e dos que estão nas Ilhas não seria preferível que a Direcção da FPB juntasse regularmente toda a sua estrutura e demais pessoas ligadas à modalidade para discutirem uma melhoria ao actual sistema competitivo e onde a Madeira e as outras regiões do país pudessem defender os seus pontos de vista ?

Na última vez que contribuí para um projecto de reformulação do sistema competitivo foram pedidas ajudas e pareceres para possíveis alterações aos regulamentos.

Quem as apresentou ?
Quem demonstrou verdadeiro interesse nessa alteração ?
Que soluções foram apresentadas pela região da Madeira e seus dirigentes ?

Se os actuais regulamentos não estão actualizados todos são responsáveis.

Também é referido que “Infelizmente V.Exª e muitos outros, continuam a achar que os resultados desportivos alcançados pela RAM, são unicamente devido ao apoio oficial, devidamente definido e com critérios e exigência elevados, não só nos objectivos desportivos, como nos procedimentos contabilísticos exigidos aos clubes e às Associações. Nunca pelo empenho, dedicação, e formação dos agentes ligados à modalidade, ou pela forma como o badminton é acarinhado na Madeira, por quantos o apoiam (IDRAM/ABRAM/CLUBES/C. SOCIAL DESPORTIVA e ENTIDADES PRIVADAS)”

Se há elementos que pensam assim eu nunca manifestei isso dessa forma.

O que sempre referi foi o facto de os clubes da Madeira terem capacidades económicas (estatais ou outras não importa) por exemplo para ir buscar bons atletas do continente para jogarem pelas suas equipas e no continente a maior parte dos clubes não terem o mínimo de condições para se manterem e serem os próprios atletas a pagar todas as despesas.

É evidente que um Clube que tem condições económicas para utilizar jogadores do continente, para além dos seus próprios atletas madeirenses, tem com certeza outras condições de obter melhores resultados.

Claro que também é verdade que só o dinheiro não leva a atingir esses objectivos, mas há que reconhecer que é uma ajuda muito importante... e que a maioria dos clubes de Badminton nem os mínimos têm para funcionar.

A realidade é esta e não há que desviar o sentido do que se diz ao deduzir que se tem a opinião que a Madeira tem gerido mal, ou com incompetência, ou que não cumpre as regras que lhe são impostas superiormente, os valores que consegue angariar, sejam oficiais ou particulares.

Cuidado com o que se afirma que eu e muitos outros dizemos.

NÃO SE ALTERE E MISTURE O SEU SENTIDO !

6-Parecem-me incorrectas, deselegantes e pouco justas as críticas: “Esta insinuação, é mais grave porque manifesta por parte de V.Exª, um desconhecimento ainda maior da nossa realidade: Está no site da Associação, ao pormenor, a demografia federada desde 1998, ao contrário das “associações” que por aí andam” e “Ao contrário do que V.Exª maliciosamente escreve de “seu Campeonato...”

As Associações que “por aí andam” são as que “nada” recebem de quem dirige a modalidade.
Pergunte-se a qualquer Associação Regional do continente qual é o subsídio oficial que recebem anualmente da FPB e comparem-no com o que a Associação da Madeira recebe do Governo Regional.

Por dizer que o Torneio da Madeira é um “seu Campeonato” é o mesmo que dizer que o Torneio do Algarve era o “seu (deles) Campeonato”.

Foi uma forma de escrever.

Não há, não houve, nem haverá qualquer malícia nas minhas palavras.

A quem diz o que pensa não se pode atribuir maldade.

Assim como a uma opinião contrária à minha não poderei chamá-la de “maliciosa”.

Apenas há que reconhecer que os outros poderão ter opiniões contrárias às nossas, sem necessitar de lhes colocar adjectivos, muito menos injustificados.

7-É evidente que: “ Não cabe a V.Exª, mas sim aos Clubes da Madeira, questionar se este é ou não o melhor modelo para a nossa Região e, principalmente, se devemos ou não participar num Torneio do Circuito Nacional com os atletas na fase inicial dos escalões de formação”

Não me cabe nem a mim... nem a outros, mas sim aos Clubes da Madeira, claro, decidirem.

Mas eu... ou tu, temos o direito de ter e manifestar a nossa opinião sobre todos os problemas da modalidade, sejam eles da Madeira ou do continente.

8-Relativamente à observação: “Quanto à resposta global do Badminton do Continente, (palavras de V.Exª) ao 6 Torneio do Circuito Nacional de Não Seniores realizado numa Região de Portugal, fique V.Exª e seus pares a saber, que a Madeira, através da ABRAM e com o apoio total de todos os seus filiados, não vai baixar os braços perante esta afronta discriminatória, dos nossos legítimos direitos, conquistados pelo reconhecimento do nosso trabalho e não pela mesquinhice de pormenores que delicia os amantes destes espaços, mas que nada de novo ou positivo trazem à modalidade”

Tenho a dizer que as minhas posições são sempre por mim assumidas e assinadas e era desnecessário teres sido tão “deselegante” falando “em pares” pois os meus pares são só aqueles parceiros que jogam comigo em pares-homens e pares-mistos.

Quanto à posição assumida por uma “afronta discriminatória” só tenho a dizer que NÃO PERCEBO esta provocação após terem sido atribuídos estes Campeonatos à Madeira (e eu ter tido uma posição favorável).

Se a FPB os realizasse noutro local ou se eu manifestasse que eles não deveriam ser aí organizados então sim poderiam estar agora a manifestar essa posição.

É altura de todos os que estão ligados à modalidade não se acharem menosprezados em relação aos outros e passem a verificar o que têm e o que os restantes possuem.

Devem defender sempre os seus interesses mas sem “amuchucar” os outros.

Acabem de pensar que há “fantasmas” e “grupos” que querem o mal da Madeira, ou melhor, do Badminton da Madeira.

Se gostam verdadeiramente da modalidade façam o seu trabalho, quer sejam profissionais... ou amadores como eu.

9-Para terminar e relativamente à proposta apresentada para a realização do Circuito Nacional de forma diferente da actual é de a louvar e só acho que a mesma deveria ser entregue juntamente com outras provenientes de outros elementos com experiência na modalidade para serem debatidos e aprovados em encontros regulares a efectuar pelos dirigentes federativos e toda a sua estrutura.

Concluindo este comentário quero salientar como positiva a intervenção de vários elementos importantes ligados ao Badminton nacional e lamentar que algumas das minhas anteriores sugestões possam ter sido consideradas “ofensivas” a alguém e lamentar igualmente a forma “agressiva” e “indevida” como se me dirigiram.

Para se manifestarem, apoiarem ou discordarem das minhas ideias não precisarão nunca de ser “indelicados” para comigo.

O Badminton deve ficar acima de todas as “querelas” entre todos os seus admiradores.

O Badminton precisa do trabalho de todos quantos estão ligados à modalidade mas estes não precisam de se manifestar da forma como este comentário foi redigido à minha pessoa acusando-me de falsidades e interpretações que eu não manifestei nem defendo.

O mesmo podia e deveria ter-me sido dirigido de uma forma mais precisa, mais racional, logo “mais amigável”...

Para quem já se conhece há muitos anos e nunca lhe ter demonstrado um trato menos correcto, penso que não merecia esta forma menos “saudável” de responder ao meu comentário.

Muita saúde para ti e para o Badminton de Portugal.

Que todos continuem esta “Discussão Saudável”, apresentando as suas ideias, sem más interpretações e sem “ofensas pessoais”.

Um abraço
José Bento

Anónimo disse...

28/3/2009
Boa Noite, Exmo Senhor José Bento

Li o seu artigo e naturalmente vou lhe responder, sem nunca estar em causa a consideração e respeito que tenho por si. Mas, infelizmente V.Exª, continua a tecer afirmaçoes que não conrespondem à verdade. Se, à alguem que está a ser ofensivo na forma como escreveu é V.Exª, pela forma com desvaloriza o nosso trabalho e na pernamente alusão aos apoios, sem uma unica palavra ao nosso valor como tecnicos ou dirigentes com a capaciade de elaborar projectos.Nunca foi vitima, nem tenho esse complexo, como V.Exª, sabe, porque me conhece à muitos anos.Quanto à forma de me dirigir, eu nunca o tratei por tu, nunca, não sei porquê essa afirmação. Em relação à questão de lhe enviar a minha resposta, enviei para a pessoal que me enviou. Mas, se sobre o torneio na Madeira V.Exª, arranjou argumentos ou tentou saber, já quanto ao trabalho que um Clube da Madeira (CDRP) está a fazer na sua formação e no projecto Internacional, infelizmente V.Exª, não tem as mesmas fontes... Nota; Da minha parte em nada esta profunda divergencia, altera o respeito e consideração, como também a amizade que sinto por V.Exª.
Cumprimentos
Duarte Anjo

Anónimo disse...

28/3/2009
Bom dia Duarte Anjo
Agradeço antes do mais a tua resposta de hoje e a manifestação de me continuares a considerar e a respeitar assim como a de manter uma amizade antiga.

Fica aqui igualmente confirmada exactamente a minha vontade de manter a excelente relação que já decorre há muitos anos entre nós.

Posto isto continuo com mágoa de não me quereres tratar por tu e insistires no V. Exa. o que se torna descabido nesta nossa amizade antiga.

Mas isso não impede nem impedirá futuramente o retomar de uma salutar troca de opiniões e em especial sobre a nossa modalidade.

Tens todo o direito de interpretares as minhas palavras como o fazes, considerando que eu “continuo a faltar à verdade e a não valorizar o vosso trabalho” realizado na Madeira e agora também no teu Clube, o CDR Prazeres, assim como o dos outros técnicos ou dirigentes com capacidade de elaborar projectos.

Penso que se leres convenientemente os meus comentários, sem os associares a mais ninguém, sem pensamentos negativos, verás que digo precisamente o contrário e reconheço a vossa qualidade de trabalhar em prol do Badminton.

Mas não deves misturar o trabalho com as condições de trabalho.

Para fazer um bom trabalho como tem sido o vosso caso muito ajudou as condições económicas que aproveitaram, ou não foi ?

Se não tivessem esses apoios e mesmo com todo esse trabalho achas que conseguiriam atingir os mesmos objectivos ?

Infelizmente reconheço que não sei tudo o que se passa na Madeira nem nos vários Clubes nem em especial no teu.

Quando tiver a possibilidade de me deslocar aí e me derem essa oportunidade terei todo o prazer de verificar mais em pormenor o vosso excelente trabalho.

Como em todo o lado existem técnicos e dirigentes bons e outros que infelizmente nem se dignam dar uma simples resposta aos mails ou correspondência que lhes enviam.

Se houvesse mais respeito e consideração pelos outros e principalmente pelo Badminton, com troca de opiniões frequentes estaria eu e todos nós decerto muito mas bem informados.

No entanto volto a reforçar a ideia de que globalmente a região da Madeira tem prestado um bom serviço à modalidade.

Tens de reconhecer também que há pessoas que exercem bem os cargos que desempenham e outros não tanto.

Na Madeira e no continente.

Termino aqui esta nosso troca de intervenções colocadas nos blogues com um desejo:

Que continuemos a manifestar as nossas opiniões de uma forma civilizada e respeitosa pela posição contrária mas sempre com o objectivo de tentarmos elevar o Badminton nacional ao lugar que ele bem merece.

Temos os nossos mails confirmados para podermos prosseguir as nossas conversas.

Um abraço
José Bento

Anónimo disse...

Boa tarde a todos,

Não tenho tido muito tempo, pois a minha vida profissional não me permite mais, mas daquilo que leio por "aqui e acolá" sinto que continuam a ser sempre os mesmos a ter uma visão global (e não separatista) para o Badminton Nacional. Infelizmente há muita gente no nosso desporto que só consegue olhar para os seus projectos (sejam eles Centros de Treino, Projectos Internacionais, títulos nacionais de equipas, etc...). Existe uma diferença clara entre os que visualizam de uma forma restrita para os seus umbigos/objectivos, e os outros que PENSAM no Badminton Nacional.
Eu desisti... não vale a pena!

Assim, gostaria de deixar o meu incondicional apoio ao Prof. Bento, pela sua luta, dedicação, coragem. Admiro-o imenso por isso.

Aproveito para deixar aqui também, publicamente, o meu cumprimento ao Duarte Anjo, pelo trabalho desenvolvido na Madeira (no seu regresso à modalidade), e desejando boa sorte para o seu actual projecto desportivo.

Continuem a blogar e a PENSAR o futuro da modalidade.

Bato o drive para fora,
Daniel Moura

PS: Boa sorte para o Pedro Martins para os Europeus!

Anónimo disse...

Amigo José Bento,

Mais uma vez mereces distinção, mais uma vez o teu comportamento é o de um verdadeiro Senhor ! Bonito exemplo !
Viva!

Badminton na Madeira? Badminton em Portugal !! Na Madeira, nos Açores, no Continente, de Valença a Vila Real de Santo António !


Cumprimentos a todos.

Augusto Ínsua Pereira

P.S. Aguardo a resposta do Prof. Rui Costa