
Quando se marcou a 6ª Prova do Circuito Nacional de Não Seniores para a Região Autónoma da Madeira, e apesar da boa vontade demonstrada pelas gentes madeirenses desde o 1º dia (em especial Duarte Anjo), em criar condições de alojamento e refeições a preços mais económicos aos atletas do continente que se deslocassem ao Funchal, era igualmente previsível o fiasco que iria ser esta prova em termos de inscrições. A realidade do badminton em Portugal não foi tido em conta pelos responsáveis, deixando no ar a ideia de apenas o interesse eleitoralista ser privilegiado. No fundo, e uma vez mais, são os jovens atletas que pagam, ao ficarem impedidos de participar numa prova do Circuito Nacional. Não está em causa a realização desta prova na Madeira, o que está em causa é no fundo, a incapacidade dos responsáveis da nossa modalidade em criarem condições financeiras para deslocar duas centenas de atletas a participarem numa prova do Circuito Nacional. Em outras modalidades, as respectivas federações, pagam aos seus clubes e atletas "subsídio de deslocação" às regiões autónomas (Madeira e Açores). Será que alguém se esqueceu da realidade dos clubes nacionais (salvo raras excepções), que sobrevivem com imensas dificuldades económicas, tal como a maioria dos jovens atletas que praticam a modalidade? Os números são elucidativos: 126 inscritos em representação de 13 clubes, sendo que apenas 25% dos atletas e 6 clubes são continentais. Resta-me apenas desejar uma boa viagem e estadia a todos os 33 atletas e acompanhantes que se deslocam no fim de semana de 21 e 22 ao Funchal, e que desfrutem não só do torneio, mas também das magnificas paisagens e ares da ilha.
14 comentários:
Boa Tarde
João Boto
Eu li com agrado o teu artigo sobre o fiasco do Torneio de não seniores na Madeira, que alias vem no seguimento das nossas trocas de mails
Eu concordo contigo em tudo, no entanto queria chamar atenção para um facto, tu no teu artigo enumeras por diversas vezes como culpados os responsaveis,ex:
"incapacidade dos responsaveis da nossa modalidade"
eu tambem ai não poderia estar mais de acordo!
No entanto gostaria de deixar uma questão no ar para futura reflexão Quem são os RESPONSAVEIS pela nossa modalidade?
-Serão unica e exclusivamente os dirigentes federativos?
-Serão todos os dirigentes, os da federação e os das associações?
-E os dirigentes dos clubes não tem responsabilidade nenhuma?
-E todas as outras pessoas que estão ligadas ao badminton?
Na minha opinião SOMOS TODOS responsaveis...
Quando se quer imputar unicamente a responsabilidade aqueles que tem funções directivas, não se esta a retirar a responsabilidade que tambem cabe a pessoa anónima que não emite opinião, que não manifesta a sua solução, que não assume publicamente e de uma maneira franca, aberta e
frontal a sua critica?
Como é que alguem que tem a responsabilidade de tomar decisões as pode fazer em função da vontade dos praticantes de badminton se estes
na sua maioria se remetem ao silencio?
Eu penso que o passo que se deve tomar para mudar o cenario actual no nosso badminton passa pelo o DIALOGO.
Assim tenham uns a coragem de FALAR e os outros a humildade de saber OUVIR
Um abraço
Luis Neves
Luis Neves!
Agradeço o seu comentário. Como sempre as suas questões são bastante pertinentes.
Como é obvio, todos somos responsáveis...uns mais que outros. Tal como afirma no seu comentário, a falta de diálogo entre os agentes da modalidade ou o silêncio, sobretudo e afirmo eu, daqueles que gostam de estar dos "dois lados" (não se incomodam e não são incomodados)é uma das principais razões do mau estar da nossa modalidade. No entanto não posso deixar de questionar o seguinte:
Realizou-se um Forúm em 2008 para debate da modalidade que, segundo soube mais tarde, era obrigatório ser feito em todas as modalidades, por causa da nova lei de bases do desporto. Não foi como se julgou, ser uma ideia da FPB e onde Clubes e associações não poderam participar, porquê? As ideias que apareceram, apesar de poucas, estão já arrumadas no sotão?
A realização desta prova na Madeira não terá tido apenas o sentido ter votos nas eleições de Dezembro/08?
Era optimo tal como diz, outros agentes da modalidade entrassem no debate sério e com verdadeiras ideias para a modalidade. Mas será isso possivel?
Abraço
Bom dia
João Boto
Claro que é possivel, não só é possivel como é necessario.
Sera um processo FACIL?... eu nunca disse que seria facil.
Vai ter muitas "vontades" contra?... Provavelmente, é dificil desligar de uma cultura
da "obediencia cega", que condicionou sucessivas
gerações no nosso País, e que ainda hoje se faz sentir.
Vai ter resultados imediatos?... Não acredito, sera sempre um processo longo, mas que
cabe a nós hoje iniciar.
Este é um caminho para atingir a democracidade dentro da sociedade do badminton
Conheces outro? Se sim diz-me qual...
Pois eu penso que sem mudar "mentalidades" sera muito dificil mudar "comportamentos"
Um abraço
Luis Neves
ola João
Confunde-se divulgação da práctica desportiva com favores a amiguinhos, se já no continente é difícil encontrar coisas básicas como 2 pavilhões numa localidade para a realização de provas, fazer deslocações de avião torna-se quase como que surrealista não achas?
a FPB vai no bom caminho. a propósito FPB deve querer dizer Fundo para a Perdição do Badminton
boas volantadas
Júlio Barbara
é de louvar a decisão dos dirigentes da Federação Portuguesa de Badminton ao inscreverem um torneio nacional de não séniores e outro de séniores na Região Autónoma da Madeira.
Creio que a Madeira, pelo que dá e tem dado ao badminton do nosso país, há muito era merecedora de ter um ou mais torneios nacionais no seu território.
Aproveito a oportunidade para saudar quantos se irão deslocar no próximo fim de semana à minha terra, contribuindo para o aproximar de todos os portugueses e ultrapassando a descontinuidade territorial a que as populações insulares se encontram, por força da natureza, obrigadas.
Bem hajam e sejam bem vindos à Madeira, parcela de Portugal que, felizmente, muitas alegrias tem dado ao badminton nacional.
Bom dia! Antes demais, gostaria de louvar a decisão da FPB em atribuir dois torneios nacionais à Região Autónoma da Madeira.Por outro lado, acrescento que às Regiões Autónomas fazem parte do todo Nacional. Mas a nossa tem dado muito ao badminton nacional, principalmente às selecções nacionais de não seniores e seniores. Quanto aos apoios dado pelo Governo Regional ao desporto regional, não é mais que um justo reconhecimento por todo o que os atletas têm dado à Região.Acrescento ainda, que há muitos atletas que por vezes pagam as suas deslocações para participarem nos torneios nacionais.Acho que a FPB devia era alargar os torneios nacionais a outras zonas e não restringir-se apenas sempre aos mesmos lugares(20 anos nos mesmos sítios). Para finalizar, queria dizer que acho que as associações nacionais pouco fazem para divulgar a modalidade, estando sempre à espera da FPB para fazerem alguma coisa.
Cosme Berenguer
Dr. Horácio Gouveia e Cosme Berenguer!
Benvindos ao debate e ao linhas & finas. Antes de mais gostaria de reforçar a ideia de que não sou contra a realização de torneios de ambito nacional na Região Autonoma da Madeira, ilha pela qual nutro uma enorme vontade de voltar um dia. Todas as regiões são portugal, e evidentemente que aos torneios só se inscreve quem quer, sejam os torneios no continente ou na Madeira. Também quero deixar bem claro que nada tenho contra as pessoas da madeira, ou em especial pelas mais ligadas ao badminton. Sem dúvida que a Madeira tem dado muito ao badminton, especialmente nos últimos 15/20 anos. Quando se referem à questão das associações nada fazerem e esperarem que a FPB resolva tudo, aí penso, e é a minha opinião, podem ou não concordar com ela, é que nem estado do continente, nem FPB dão um tostão actualmente às associações incluindo a ABRAM, mas a realidade é que a ABRAM recebe verba do Governo Regional, logo pode sem grandes problemas solucionar alguns dos seus problemas. Mas concordo que clubes e associações não podem ficar à espera dos subsídios do estado ou FPB. Há que procurar outros meios de realizar capital. O problema é que estamos numa época muito complicada e como me dizia um amigo ligado a um clube nacional que procura anualmente verba em empresas - " nunca foi tão dificil arranjar patrocinios como este ano"-. Por outro lado e esta é, repito a minha opinião,relativamente às viagens de atletas, e apesar de já existirem voos LOW COST para a Madeira, os bilhetes são mesmo assim mais economicos, de quem viaja da Ilha para o continente. Tal como alguns atletas da madeira pagam as suas despesas para se deslocarem ao continente, também 90% dos atletas filiados em clubes, para além de pagarem as suas mensalidades, também pagam quase a 100% todas as despesas de deslocação e alimentação em torneios nacionais, quer eles sejam no algarve, Porto ou madeira, porque os clubes não tem dinheiro. O porquê? não sei, mas será um assunto que todos devemos discutir e procurar as razões.
Abraço
João Boto
Eu como atleta q sou, eu sinto q os clubes nao fazem o necessário para fazer este tipo de viagens , como é mais caro já não querem ir e pensam se vale mesmo a pena gastar dinheiro para ir a estes torneios fora do continente!! No meu clube, ao principio era para irmos, mas quando começou a se a aproximar o dia do torneio começou a haver um total desinteresse. O combinado era conseguirmos dinheiro através de rifas ou outros eventos para conseguirmos o maximo de dinheiro q cobrisse uma parte das despesas, mas depois, simplesmente já não falámos sobre o assunto!! Eu penso q a culpa nem sempre é a federação, o mais fácil é sempre culpar os outros , os clubes devem criar mecanismos que possam ultrapassar estas adversidades e não estarem sempre á espera que a federação faça tudo por eles!Atenção, não quero dizer com isto q a federação não tem culpa neste problema , mas os clubes na minha opinião são também culpados!!!
Sim a Torneios na Madeira
Para se ultrapassarem determinadas situações de âmbito competitivo terá que se provocar com urgência que a regionalização do badminton, avance para que a época desportiva de 2009 / 2010 seja outra realidade e possivelmente mais vanguardista, contrariando uma visível estagnação modalidade, conforme a recente indicação dada pela FPB relativamente aos 1212 atletas filiados representantes de 73 clubes indicativos demasiado baixo, para se promover a modalidade a uma elevada competitividade internacional.
A dinâmica de crescimento da modalidade poderá acontecer se houver uma qualificada aposta no badminton juvenil distribuindo-o por Zonas / Regiões, diminuindo-se assim elevados custos económicos, aproximando cada vez mais os Núcleos de Badminton Escolares, conforme tem vindo a acontecer
O tão esperado protocolo DE / FPB terá que funcionar com elementos das duas entidades a entenderem-se cultural e desportivamente, como também todos os adeptos da modalidade a “puxarem o barco, para o mesmo lado …”
Constituídas as Zonas / Regiões:
Zona 1 – Minho / Douro Litoral / Trás-os-Montes
Zona 2 – Beira Litoral / Beira Alta / Beira Baixa
Zona 3 – Estremadura / Ribatejo / Alto Alentejo
Zona 4 – Algarve / Baixo Alentejo
Zona 5 – Açores
Zona 6 – Madeira
Seriam atribuídas quotas de participação, para seis Campeonatos Abertos, pontuáveis para os “Rankings Nacionais” dos escalões não seniores, para os jogadores mais qualificados.
Em cada zona seria realizado um Campeonato Aberto e assim os Açores e a Madeira, teriam anualmente uma competição e bem como as restantes quatro seriam geograficamente muito bem distribuídas, pelo continente.
Fernando Gouveia
Boa tarde! Em primeiro lugar quero dizer o que seria um fiasco para alguns, tornou-se num sucesso.Uma prova que contou com cerca de 300 jogos e a presença de 14 Clubes, só por si à partida já seria um sucesso. Este sucesso, veio a comfirmar-se no fim de semana. Além do mais, gostaria de acrescentar, que se os Clubes continentais estivessem melhores organizados, a vinda à Madeira seria menos dispendiosa que ir a alguns torneios no território continental.
Cosme Berenguer
Viva Cosme!
É verdade que os clubes continentais com melhor organização teriam ido à madeira?! BCB, CHEL, AAC (1 atleta) e FAC, são alguns clubes que conheço muito bem organizados e com gente de muita qualidade à frente, mas não se deslocaram à Madeira, porquê?! Isto sim devia ser debatido. Sobre o sucesso da organização, já o disse em posts anteriores que não pode estar em causa, pois quem pretende organizar provas, sendo na Madeira, no Algarve ou em Famalicão, tem que se esforçar para receber condignamente uma prova do circuito nacional, senão não vale a pena.
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