Sempre defendi que os títulos de “campeão nacional individual” deveriam ser entregues aos atletas/pares que no final do circuito nacional, numa prova de regularidade, fossem lideres do ranking nacional. A atribuição dos títulos de campeões nacionais numa só prova, por vezes não era a mais justa, ainda por mais que o regulamento permitia que um atleta, mesmo sem ter feito uma única prova do circuito nacional, e caso não houvesse 16 inscritos, pudesse inscrever-se e sagrar-se campeão nacional! Todos os anos este tipo de situações se repetem, e eu próprio beneficiei deste regulamento há uns anos, conquistando o titulo de campeão nacional de pares misto de 2ºs categorias. Injusto para os pares que ao longo da temporada fizeram quatro ou mais provas do circuito nacional.
O caso mais recente passou-se na época passada com a atleta Ana Santos de Coimbra. Ana Santos investiu num circuito nacional durante 9 meses, com esforço, dedicação e muito treino, venceu 4 das 5 provas do circuito nacional em que participou, foi 1ª do ranking e nada…o título mais desejado, foi para uma atleta que apenas disputou o campeonato nacional. Evidentemente que a atleta em causa nada tem a ver com esta situação, pois o regulamento em vigor permitiu a sua inscrição e participação, e no final acabou por ser a única atleta sem derrotas!
Por tudo isto, este novo modelo tem todo o meu apoio e felicito o Conselho Técnico da Federação Portuguesa de Badminton por ter proposto para aprovação da direcção da FPB o novo modelo de atribuição dos títulos nacionais individuais. Poderão alguns dizer que em outros países, os títulos nacionais são atribuídos numa só prova! É verdade, mas o badminton português tem que se ajustar não à realidade dos outros países, mas à sua realidade.
Também defendo que os campeonatos nacionais de equipas, deviam ser uma competição por jornadas, em que cada equipa jogue uma vez em casa e outra vez na casa do seu adversário. No entanto, a realidade portuguesa é que os clubes, ao contrários dos espanhóis, por exemplo, não estão preparados para uma competição deste género, onde os custos são elevados e a falta de patrocinadores e apoios são mais do que evidentes.
No entanto seria bom que o Conselho Técnico começasse a pensar neste modelo, sobretudo na prova rainha que é o Campeonato Nacional de Equipas Mistas. Tal como noutras modalidades, também a FPB poderá tentar arranjar um patrocinador oficial, que garantisse alguma verba para a realização do campeonato por jornadas, que poderia passar numa primeira fase, para redução de custos, em jornadas duplas em apenas um dia (sábado), onde se juntariam num determinado pavilhão, todas as equipas da 1ª Divisão, 2ª divisão e/ou da 3ª divisão, caso o número de equipas o justificasse. Neste caso teríamos um campeonato com apenas uma volta, mas que as 6 ou 8 equipas em cada divisão, jogariam todas contra todas. Para já fica aqui o desafio à Federação e aos Clubes, que terão igualmente de tentar arranjar patrocinadores para fazer face às despesas, não esperando que tudo dependa da FPB, que no entanto e caso consiga “patrocínio” para o campeonato deve no final atribuir uma verba a cada clube participante, segundo a sua classificação.
Já quanto à “Taça de Portugal”, não estou tão receptivo. No entanto é apenas a minha modesta opinião! Para mim “Taça de Portugal, poderia ser a competição de Equipas Homens e Senhoras, com sorteio puro, sem cabeças de serie, a eliminar, numa prova que precisaria possivelmente de apenas um ou dois fins-de-semana.
Outra novidade, para a nova época, é o novo modelo de disputa do circuito nacional para Elites. Também neste aspecto, penso que o badminton sai a ganhar, com todas as provas a serem disputadas com eliminação à 1ª derrota. Tal como os ajustamentos feitos no circuito nacional de não seniores, é positivo no que respeita ao numero de jogos que irão ser disputados, deixando claro, que o circuito terá teoricamente mais qualidade, quer em termos organizativos, quer desportivos.
Agora falta a publicação do calendário oficial da época 2010/11 por parte do órgão máximo da modalidade, para que atletas e clubes possam definir as suas prioridades, os seus patrocinadores, etc…!
Vamos fazer votos para que em 2011, o calendário oficial ou pelo menos o “provisório” seja uma realidade em finais de Junho.
4 comentários:
Sobre a nova forma de atribuir os títulos de Campeões Nacionais tenho, na minha modesta opinião, uma só palavra para a definir:
V E R G O N H A !
José Bento
Bom dia João.
Tenho a lamentar, que, um homem sempre critico (muitas vezes construtivo) e atento às situações, possa concordar com a alteração da atribuição do Campeão Nacional, sem que os Clubes (RAM) tivessem manifestado a sua opinião.
O documento enviado pela FPB à ABRAM, para discussão junto dos seus filiados, simplesmente esse ponto não aparece para discussão.
A proposta de apoio da ABRAM, junto do IDRAM, para a próxima época foi em função do documento apresentado, como tal, e na qualidade de Presidente de um Associado da ABRAM, discurdo totalmente com essa alteração sem consulta dos Clubes RAM.
cumprimentos
Duarte Anjo
Olá Duarte!
Eu apenas me limitei a concordar com algo que à muito venho defendendo!
Sobre o que foi apresentado à ABRAM pela FPB para discussão junto dos seus filiados, já é outra questão, que sou completamente alheio, pois não tenho qualquer conhecimento do seu conteúdo! Imagino que a FPB enviou a mesma proposta que vos enviou para outras associações! Se na proposta enviada às asociações, não consta este modelo, então neste caso terei de discordar do que foi aprovado, sem conhecimento prévio de associações e clubes. No entanto continuo a defender o que há muito defendo, sendo coerente comigo próprio e com as minhas ideias, ou seja, o modelo que vai vigorar em 2010/11.
Penso que são duas maneiras distintas de ver a questão! Concordo com o novo modelo, mas se outras partes não foram chamadas para debater a questão, ai estou completamente de acordo contigo.
João Boto
Relativamente ao comentário do José Bento, só vem provar que dois blogistas "tidos como oposição" à FPB, também podem ter pontos de vista diferentes.
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