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domingo, 28 de dezembro de 2014

Necessitamos de Reorganizar o Badminton - Artigo Opinião do Prof. Fernando Gouveia

Necessitamos de Reorganizar o Badminton
O Badminton está a necessitar de uma outra relação dos clubes com a FPB para possibilitar, o aparecimento de soluções, para melhorar a modalidade em Portugal. Segundo informações da FPB, no momento existem, nove Associações Regionais estando, a ABCA-Associação de Badminton Costa Azul. ABSM-Associação de Badminton de São Miguel e a ABRAM-Associação de Badminton da Região Autónoma da Madeira, com oito clubes cada uma e curiosamente, o Algarve tem duas associações, a Associação de Badminton do Distrito de Faro, com dois clubes e a Associação de Badminton do Algarve, com apenas um.
O número de jogadores filiados é de 1465, distribuídos por 55 clubes, mas... o Agrupamento de Divulgação do Badminton e Hábitos de Saúde (ADS), de Caldas da Rainha tem filiados 185 atletas (122 femininos e 63 masculinos), e apenas 6% dos inscritos (5 Femininos/7 Masculinos) participaram em competições da FPB ... Esta falta de entendimento poderia ser ultrapassada, se a FPB juntasse, na sua sede, alguns dirigentes e treinadores de clubes, com directores e técnicos da federação, não para discutirem, mas sim, para conversarem, para tentar mellhorar o badminton português.
Porque não se aposta, num muito desejado "marketing", para provocarem um badminton, como produto vendável?
Existem duas associações, uma de árbitros e outra de jogadores, pelo que se aguarda com alguma expectativa, qual a dinâmica a empreender e também se terão qualidade para as podermos aceitar como uma mais valia. 
Mas teremos que fazer algumas reticências, pois, para além da escassez de elementos disponíveis e vocacionados para o dirigismo desportivo a falta de capacidade financeira será uma barreira muito difícil de ultrapassar. 
Perante estes dois factos e ainda com uma Associação de Treinadores, que não funcionou, teremos que ter a coragem, de chamar às coisas pelo nome próprio, pois, apenas servem para apoio a listas candidatas a eleições federativas.
Num país, com tão poucos atletas, a competirem, nos cinco escalões não seniores, com dois seniores a prepararem-se, para disputarem a qualificação, para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e com Campeonatos Nacionais Individuais, pouco competitivos, continuaremos numa “guerrilha” sem futuro para o desenvolvimento da modalidade. O badminton nacional acomodou-se demasiadamente e dificilmente conseguirá implementar novos modelos competitivos. Como exemplo, poderemos verificar, o que acontece em Espanha, onde os torneios para jovens são disputados em dois escalões, Sub-13 / Sub-17 e Sub-15 / Sub-19 e o sistema competitivo é efectuado em duas fares. A 1ª Fase disputada, por grupos e em "poule" e a 2ª Fase, por eliminação à 1ª derrota, sistema que muito agrada aos jovens, pois é inconcebível, o modelo de torneios que se está a praticar actualmente, porque é um massacre físico e psicológico.
Enquanto, os clubes continuarem pouco ou nada sensibilizados, para investirem, nos Sub-11 e Sub-13 procurando vários talentos e não houver um correcto intercâmbio com as escolas, a modalidade continuara a retroceder, situação muito difícil de ultrapassar, porque as crianças e jovem trocarem, a prática regular do desporto, pela demasiada utilização do computador, com os pais e outros familiares a não entenderem, a possível “catástrofe” que dentro de poucos anos, nos invadirá, com o aparecimento de doenças inevitáveis devido à inactividade fisica. Será necessário incutir o espírito de sacrifício, para a prática desportiva e também sensibilizá-los para uma cultura de assiduidade e pontualidade. 
Apercebe-se facilmente o interesse em mudar para melhor a orientação do badminton em Portugal, mas teremos que lembrar que não existem elementos suficientemente disponíveis, para mudarem esta situação, os treinadores têm uma missão difícil e específica, diária e de total empenhamento nos seus clubes, pelo que não estarão disponíveis, para abraçar outra envolvente actividade, a do dirigismo.
Não tenhamos quaisquer dúvidas, que a exemplo do país também o badminton nacional tem grande necessidade de ser reorganizado.
Existem defensores para a continuidade das Associações Regionais, mas na realidade esta situação está longe de poder ser sustentada devido a incapacidade económica da federação, para as sustentar, como também de elementos disponíveis para as dirigir. A Associação de Badminton da Região Autónoma da Madeira é a única com capacidade de desenvolver um verdadeiro trabalho de associativismo porque consegue captar verbas de forma a actuar perante as exigências competitivas, como também preparar estruturas para o futuro, conseguindo ainda uma calendarização equilibrada ao longo da época, o que mais nenhuma outra associação consegue.
Mas para que toda esta necessária “aposta” no badminton juvenil possa ter algum êxito terá que haver um entendimento entre clubes geograficamente próximos e que os seus elementos responsáveis consigam entender, a competição diferenciando os participantes com qualidade e vocação competitiva e os de lazer / competitivo, o que atendendo ao não funcionamento de muitas Associações Regionais seria um meio, não só para diminuir elevadas despesas dos clubes, que se dedicam á formação, como também qualificar as competições pontuáveis para os rankings e assim evitar os enormes desequilíbrios competitivos. pelo que terá de haver, vontade dos Clubes, das Associações e logicamente da própria Federação, pelo que, não podemos nem devemos, neste caso culpar apenas a Federação. 
A FPB ao tentar outras mais valias em termos competitivos, não conseguiu criar condições, para que a participação dos clubes fosse menos onerosa. 
Será necessário entender, que grande parte dos Seniores D se iniciaram na modalidade, em idade adulta, pelo que as suas competições deveriam ter um grau de exigências bem diferente. 
O futsal, modalidade longe de alcançar o estatuto olímpico, mas com uma paupérrima comunicação social a dar-lhe demasiado valor e onde o poder político, não tem capacidade de criar condições para dar a volta ao triste e desorganizado desporto nacional, tem vindo a retirar outras modalidades dos pavilhões.
Na generalidade as Câmaras Municipais, com o poder de construir espaços, não têm Vereadores do Desporto suficientemente conhecedores e desportivamente cultos, para entenderem que o desporto vai muito mais além do futebol, demonstrando ainda uma “mentalidade de aldeia”, que não melhorou após a revolução de 25 de Abril e assim o país nunca poderá usufruir de uma imagem internacional, em termos desportivos.
Se verificarmos a situação da generalidade dos clubes, nomeadamente os do continente por não terem espaço para desenvolverem convenientemente as cargas de treino, muito longe dos parâmetros necessários para a exigente competição, pelo que será muito difícil para qualquer atleta treinando duas ou três vezes por semana e durante duas horas chegar a um nível elevado.

Prof. Fernando Gouveia

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