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segunda-feira, 27 de abril de 2015

Entrevista com... Daniela Conceição, conduzida pelo Prof. Fernando Gouveia

Entrevista com...
Daniela Conceição


Introdução - Daniela Conceição, atleta da CHELagoense é natural de Portimão e tem 19 anos. Completou o 12º na Escola Secundária Padre António Martins de Oliveira / Portimão, no Curso de Técnico de Apoio à Gestão Desportiva.
No ano de 2014, Daniela no seu primeiro ano, como Sub-19 conquistou, os títulos nacionais, em Singulares Senhoras, Pares Senhoras e Pares Mistos e também, o titulo nacional de Seniores Absoluto, em Pares Mistos, tendo sido ainda eleita pelo Blogue Linhas & Finas/+badminton como "Atleta Revelação Feminino 2014".
Presentemente encontra-se ordenada, no "Ranking Europeu" / Juniores, em 72º lugar, no "Ranking" do Circuito do Badminton Europe em 43ª, e no "Ranking Nacional" / Sub-19 é 2ª em Singulares Senhoras, 2ª em nos Pares Senhoras, com Beatriz Ferreira (MVD) e 1ª em Pares Mistos, com o seu colega Ricardo L. Silva. No "Ranking Nacional" de Seniores Absolutos, Daniela encontra-se colocada, no 8º lugar em Singulares Senhoras, no 1º lugar em Pares Senhoras com a sua colega Catarina Cristina e no 1º lugar em Pares Mistos com o seu colega Fernando Silva.
Na época desportiva de 2014 / 2015, Daniela integrou, a Equipa Mista Seniores da 1ª divisão e Sub-19 da CHELagoense, que se sagraram Campeãs Nacionais.


Fernando Gouveia - Como é que a Daniela surge no Badminton e na CHEL?
Daniela Conceição - O Badminton surgiu na minha vida quando eu tinha cerca de 6 anos. Nessa mesma altura eu andava, no ATL da Che Lagoense e foi aí que conheci e comecei a ter interesse pela modalidade. Foi então aos 7 anos, que comecei a fazer torneios nacionais e a partir daí tenho feito esta “caminhada” até hoje.
FG - E como é o teu dia a dia?
DC - O dia a dia nesta época tem sido “simples”. Acabei o 12º no ano passado e este ano não entrei para a Universidade (por opção de escolha), tenho outros objectivos na minha vida, como ir para a Policia. Então, como este ano eu tinha o Europeu de Juniores preferi dedicar-me, mais a esse objectivo e organizar também a minha vida depois disso. O meu dia a dia como disse acaba por ser simples, na maior parte dos dias faço dois treinos (um de manhã e um á noite) e no espaço entre eles aproveito para estar com os meus amigos, com a minha família e fazer as coisas que gosto.
FG - Quais os teus planos até ao final desta época? E para 2015 / 2016?
DC - Os meus planos até ao final desta época é conquistar novamente o título de Campeã Nacional, nas três provas de Não Seniores, tal como foi a época passada e lutar pelo mesmo título, nas provas de Pares Senhora e Pares Misto em Seniores, visto que estão a ser as provas, em que tenho tido melhores prestações. 
FG - Na escola, qual foi a reacção dos teus colegas e dos professores perante os êxitos, que foste obtendo?
DC - Como referi em cima, este ano já não estou na escola, mas no ano passado em relação a colegas e professores sempre tive sorte, os meus colegas mostravam-se sempre interessados e curiosos e queriam saber, como corriam os torneios tanto em Portugal como fora e apoiavam-me sempre quando tinha competições. Os meus professores ajudavam-me sempre de maneira a que eu conseguisse conciliar ambas as coisas e também gostavam de saber os meus resultados. Acabava por ter um apoio diferente da parte deles e isso foi bom para mim.
FG - Como observas, o Badminton na CHEL presentemente?
DC - Actualmente o Badminton na CHEL vai desde, crianças dos 4/5 anos até á idade sénior. Na CHEL Lagoense existe um ATL, o que dá acesso a crianças dessa idade. É um clube que cria objectivos, desde os mais pequeninos até aos Seniores. 
FG - Quais as principais razões para os resultados que tens vindo a realizar?
DC - Existem várias razões… Em tudo na minha vida, eu gosto de ter objectivos e sonhos. E certamente que no badminton existem vários deles, mas para os conseguir realizar tem que se trabalhar muito, tem que se ter uma enorme vontade, simplesmente nas fases mais complicadas. Uma outra razão e que dou valor são as pessoas que me têm acompanhado, tenho tido bons treinadores, bons colegas e bons amigos, são eles que estão sempre lá para dar uma palavra de apoio. Ao longo do percurso que tenho feito, tenho conhecido pessoas que percebem imenso de badminton e consigo sempre aprender um pouco mais e melhorar, com o que elas me transmitem. Acho que é de um pouco de tudo isto, que me tem ajudado a obter os resultados que tenho vindo a ter.
FG - Tal como muitos atletas és estudante. Como concilias estas duas actividades?
DC - Na altura em que estava a estudar não era muito fácil conciliar ambas as coisas, sempre tive um péssimo horário escolar. Nos 3 anos do meu curso apenas tive 2 tardes livres, por semana e isso foi no último ano do curso. Os treinos eram á noite e às vezes tinha algum tempo livre, para estudar antes do treino. O mais difícil era estudar depois do treino, porque já era muito cansaço acumulado. 
FG - A humildade e o trabalho são os segredos dos campeões?
DC - Acho que na verdade existem vários segredos para se ser campeão. Ser-se humilde é sempre importante, não só para com os outros mas para si mesmo também. Para ser-se campeão é preciso trabalhar imenso, acho que não é qualquer um que é Campeão do Mundo ou ganha uns Jogos Olímpicos. Mas acho que isso também não é feito sem sacrifício, sem esforço e sem dedicação.
FG - Quais as diferenças da competição e do treino? São completamente diferentes?
DC - Na minha opinião e como me têm vindo sempre a dizer, acho que o treino é tão importante como uma competição. Para termos bons resultados e termos uma boa performance nos torneios é preciso que tenhamos que “sofrer” nos treinos. Como já me disseram “tu jogas como tu treinas”. Devemos dar a mesma dedicação, que damos numa competição como damos no treino. Acho que os resultados que temos, nas competições é uma parte do trabalho que temos vindo a ter nos treinos. Por isso acho que as diferenças acabam por não ser muitas.
FG - Quantos treinos efectuas por semana, com a duração de quanto tempo, quem é o teu treinador e como é a relação Treinador/Atleta?
DC - Se não houver torneio internacional, ou seja que me obrigue a ter que viajar nos dias de semana, na maior parte dos dias tenho dois treinos por dia ao longo da semana. O treino da manhã tem a duração de 130 a 2 horas, o treino da tarde tem sempre a durabilidade de 2 horas. Não tenho apenas um treinador, tenho três: António Pinto Leite, Dalila Belém e Bruno Pimentel. A minha relação com os três é bastante boa, mostram-se sempre preocupados, estão sempre a dizer, o que preciso de melhorar, o que fiz de bom e de mau no jogo ou no torneio. Além disto ainda me dão muito apoio, quando tenho torneios internacionais mandam-me sempre mensagens, a desejar boa sorte. Nos bons e maus momentos sei que posso sempre contar, com o apoio deles e para mim isso é importante.
FG - Quais os momentos de competições que consideras como inesquecíveis?
DC - Essa é uma pergunta um pouco difícil para mim, quando me perguntam qual foi o melhor momento que tive até hoje ou o melhor resultado que já tive, eu fico sem saber ao certo o que dizer. Felizmente ao longe deste tempo já tive muitos momentos que considero inesquecíveis como: ser Campeã Nacional pela primeira vez, ir a um Mundial de Desporto Escolar, foi sem dúvida um momento que nunca vou esquecer porque foi a primeira vez que tive a oportunidade de ver jogadores de quase toda a parte do mundo como da China, um país onde o badminton é uma referência mundial. Ganhar pela primeira vez, os 3 títulos de Campeã Nacional, foi um dos melhores e mais importantes momentos que nunca irei esquecer, porque no final dessa época perdi o meu avô enquanto estava num torneio. Foi uma altura bastante complicada para mim, mas prometi-lhe que iria dar o meu melhor e assim o fiz, todas essas vitórias foram dedicadas a ele e espero, que neste momento ele esteja orgulhoso de mim. 
FG - Qual é a importância do desporto na tua vida?
DC - Acho que o desporto é bastante importante na vida de qualquer pessoa e na minha vida eu considero fundamental. Se não estivesse no Badminton estaria provavelmente noutra modalidade, gosto basicamente de quase todos os desportos. 
FG - Quando tiveste conhecimento, de que tinhas sido eleita, pelo blogue Linhas & Finas/+badminton, "Atleta Revelação Feminino 2014", como foi a tua reacção?
DC
- Primeiro de tudo queria agradecer ao blogue Linhas & Finas/+badminton por me eleger como a "Atleta Revelação Feminino 2014". Para ser sincera não estava à espera de ter sido uma das nomeadas para o prémio e muito menos ganhá-lo porque, as restantes nomeadas tiveram resultados idênticos aos meus e havia também outros jogadores que fizeram também bons resultados.
FG - O que achas da tua relação, com os teus colegas da CHEL e com os atletas de outros clubes?
DC
- Já passaram alguns anos em que estamos todos juntos, o que tem criado uma boa relação com os meus colegas. Uma das razões das quais gosto ainda mais desta modalidade é facto de conhecermos tantas pessoas e criar amizades com elas “fora do pavilhão”.
FG - Como foi a experiência de competires no Campeonato Europeu de Juniores? Ficaste satisfeita com os teus resultados?
DC - Adorei a experiência, ver e estar com os melhores jogadores da Europa é uma grande sensação. Na competição de Equipas fiquei contente pelo resultado obtido, tínhamos a Dinamarca no grupo e sabíamos que não seria impossível, mas sim difícil para passar no grupo. Mas apesar disso ficamos em 9º lugar, entre as 38 equipas ali presentes e acho que deveríamos ter orgulho nisso. Na competição Individual acabei por ter um resultado não tão satisfatório. Nos Pares Mistos tínhamos visto o jogo dos nossos adversários e achávamos que tínhamos hipóteses de fazer um bom jogo e se possível ganhar, mas infelizmente não foi o que acabou por acontecer. Fiquei bastante triste por não termos passado da 1ª ronda, pois, esta época foi uma boa para nós, tínhamos trabalhado imenso para fazermos um bom resultado neste torneio e estávamos confiantes para que isso acontecesse. Nos Pares Senhoras, não sabíamos as jogadoras que iriamos encontrar, mas notava-se que eram jogadoras que já jogavam juntas há algum tempo, o que infelizmente não aconteceu tanto connosco. Acho que se tivéssemos tido a oportunidade de treinar mais vezes juntas, poderíamos ter feito um melhor resultado. Tinha posto objectivos a mim mesma, para este Europeu, mas infelizmente não consegui realizá-los todos mas apesar disso acho que acabei por aproveitar cada momento do torneio e trazer de lá o melhor possível.
FG - Qual foi momento que mais te marcou durante a tua estadia, na Polónia?
DC - O momento que mais me marcou na Polónia foi quando tivemos o torneio de equipas, o clima é muito mais “vibrante”, a sensação de levar a Selecção Nacional ao lugar mais longe possível… Termos feito o grito no campo, e irmos para lá num espirito que é difícil de descrever. E como dizia o grito “Se é para ganhar, Se é para perder, Somos Portugal até morrer”. 
FG - Que sensação tiveste por envergares, o equipamento da Selecção Nacional nos Campeonatos Europeus?
DC - A sensação é óptima e a responsabilidade é enorme. Desde que entrei no badminton o meu primeiro objectivo era representar a nossa selecção, a nossa modalidade em Portugal. E a partir do momento em que isso se torna realidade acho que o momento se acaba, por ser difícil de se descrever ainda, por mais ser, num dos campeonatos mais importante da Europa. 
FG - Gostarias de fazer algum tipo de agradecimento?
DC - Tenho imensos agradecimentos a fazer… Este meu sonho/objectivo não teria sido concretizado sem o apoio fundamental de duas pessoas, dos meus pais. Eles foram os que tornaram este objectivo realizado, porque sem a ajuda e o apoio deles eu não teria realizado tantos torneios e não teria tanta força para levantar a cabeça, depois de um mau resultado/torneio. À CHEL e aos meus treinadores, que também me deram um grande apoio durante estes meses mais competitivos, sempre acreditaram em mim e que eu seria capaz. Ao Jorge Cação e ao Fernando Silva, treinadores da selecção, também tenho muito que agradecer. Fizeram muito por nós durante os torneios e estágios que tivemos. Ao meu patrocínio, Li-Ning, que têm feito com que eu tenha, as melhores condições para jogar. E por fim e sem nunca os esquecer aos meu amigos… Mesmo passando meses sem os ver, mesmo dizendo que não posso estar com eles porque tenho torneios, mesmo fazendo com que eles mudem as datas de encontros para que possamos estar todos juntos, eles continuam a ser os melhores e a mandarem uma palavra de apoio e ainda conseguiram ver os meus jogos na Polónia. Também queria deixar uma palavra de agradecimento aos portugueses que nos deixavam sempre uma mensagem de apoio nos torneios internacionais.
FG - Para terminarmos esta importante, entrevista, gostaríamos que nos falasses do futuro. Quais as tuas aspirações e o papel do Badminton, no teu amanhã?
DC - Os objectivos que tinha no ano passado, que tinha ontem e que tenho hoje, para o badminton continuam a ser os mesmos. Felizmente aos poucos tenho conseguido realizá-los, não tanto como queria mas tenho chegado lá… No badminton de amanhã pretendo fazer o que tenho feito até hoje, trabalhar para os meus objectivos que espero continuar a realiza-los. 

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