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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

"As palavras do Ex - Seleccionador" por Diamantino Ruivinho, dirigente da CHE-Lagoense

Na sua despedida, o Sr. Tom John, Ex Seleccionador Nacional, deixou para todos algumas notas e afirmações, que carecem de reflexão séria, aberta e até desapaixonada:
Vejamos o que disse o Sr. Tom John:
1) Temos um Centro de Estágio de elevada categoria, mas não temos jogadores para treinar. É uma afirmação verdadeira e do nosso conhecimento, mas que implica reflexões:
A) Quando foi pensado e edificado o Centro, não era já essa a realidade da Modalidade? Não sabíamos que esse era e seria o problema que teríamos pela frente?
B) Se essa era a realidade deveríamos ter construído o Centro? Ou procurado encontrar outras soluções adaptadas à nossa realidade concreta e em que se promove-se o desenvolvimento da modalidade no conjunto do Território Nacional?
C) Se a solução passava por construir o Centro, então o que foi feito e se continua a fazer, para de forma séria, responsável, construtiva e fundamentada, conseguir levar jogadores a treinos permanentemente no Centro de Estágio, com todas as garantias que isso implica para eles?
Tom John fez uma constatação que precisa de respostas plausíveis e não de imposições cegas ou despropositadas.
2 – Outra das afirmações do Ex-Seleccionador Nacional é a de que Clubes e Técnicos têm medo de perder os seus atletas e que isso foi uma das causas que bloqueou o seu trabalho com alguns jogadores de TOPO.
Podemos partir do ponto de vista de que a afirmação pode colher alguma dose de verdade, mas vejamos:
a) Que clubes de Badminton temos nós? Que meios, apoios, parcerias e estruturas conseguimos nós?
Que número de atletas e praticantes conseguimos atrair para a modalidade?
Que condições e logística estão disponíveis para os clubes se consolidarem e desenvolverem?
b) Os técnicos em Portugal, que condições lhes são oferecidas para que o seu trabalho seja desenvolvido?
Que número de atletas e meios têm, para trabalhar e para que seja possível aumentar o grau de exigência que a qualidade requer?
c) Os atletas que futuro vêem eles na Modalidade? Que sacrifícios justificam um maior empenho deles?
Poderão os atletas hipotecar ou retardam em Portugal, a afirmação da sua vida, com as condições que o Badminton actualmente lhes oferece?
Os clubes e técnicos não têm medo ou receio de perder atletas, sabem é que eles, são em número tão limitado que sem estes, nada mais existe na Modalidade.
O dilema e o problema central está na massificação em larga escala que é preciso promover na modalidade, se queremos depois, aumentar a qualidade e o grau de exigência.
Vivemos numa encruzilhada e sem a resolver, daqui não saímos.
Não estamos na China, na Malásia, na Dinamarca, na Índia ou até já, na nossa vizinha Espanha, estamos num deserto chamado Badminton em Portugal, que para além de outras maleitas tem de conviver com a politica de costas voltadas que a Pirâmide da Modalidade (Federação), tem para com os restantes agentes e promotores.
3) Outro recado deixado pelo Sr. Tom John, é o de que os atletas não gostam de trabalhar.
Tomemos também como verdadeira esta posição.
a) Perguntemos então quem é que gosta de trabalhar para nada receber em troca?
b) O Ex-Seleccionador respondeu a este problema, com o abandono do cargo.
O Sr. Tom John recebia o seu vencimento, mas não recebia as condições para que o seu trabalho, fosse ou se torna-se num êxito e por isso se foi embora com dignidade.
Aos atletas o que lhes é oferecido ou proporcionado para que se dediquem ao trabalho com mais afinco?
Que solução vêm eles na modalidade? Que condições e meios dispõem para que valha a pena tanto esforço e sacrifício?
Todos nós na vida nos dedicamos e trabalhamos, quando vale a pena e quando sentimos que podemos atingir um objectivo futuro e não e só, numa passagem efémera sobre as coisas.
Não podemos exigir aquilo que não damos.
Dos atletas, se queremos excelência temos de lhes proporcionar excelência, se queremos suficiente, sejamos suficientes, o que não é possível é sermos medíocres e exigirmos excelência.
Tantos talentos se têm perdido em Portugal e que o Badminton tem deixado fugir, não culpemos os atletas, o problema é mais fundo e reside na precariedade da modalidade, eles são as vítimas e não os culpados.
4) Estamos conscientes que os atletas Portugueses não trabalham ao nível do TOPO e por isso mesmo, vão perdendo o comboio do progresso.
Para o Pedro Martins realizar os estágios que o Sr. Tom John adiantou, teremos de perguntar:
- Quem cria essas condições?
- Quem responde pela vida de um jovem de 20 anos e do que este vai fazer da sua vida?
- Que expectativas reais e sérias se podem criar a este atleta?
A modalidade precisa inevitavelmente de se encontrar com respostas para os seus problemas, se quer, progredir para um novo patamar, porque mesmo para este a coisa está difícil.
Ficamos a saber pelo Ex-Seleccionador que entre ele e a Federação a situação e os pontos de vista não eram coincidentes, pena é, que ele não tenha concretizado, porque permitira novas reflexões para a modalidade.
Tinha pelo Seleccionador respeito e consideração, via-o como pessoa dedicada, empenhada e desejoso de êxitos, com um problema sério, dificuldade em criar sinergias e aglutinar vontades e por isso mesmo, revelou dificuldades não perceber a essência da nossa realidade criando barreiras e choque com atletas e técnicos que só dificultaram o seu trabalho.
Com a sua saída ninguém ganhou, foi outra vítima que o Badminton Nacional fez, tal como tantas outras.

Diamantino Ruivinho

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